6 de abr. de 2009
Oportunidades modernas segundo Gerd Leonhard
É sobre isso que muitos aqui vêm falando:
Quem vai nos guiar através dessa massa de conteúdo?
Quem sabe, algum de nós?
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Sabem quem foram os que acabaram virando os curadores da nova era, não sabem?...me dá até arrepios...vou falar baixinho ...e vocês por favor não espalhem:
ResponderExcluirOs jornalistas dos cadernos culturais da Folha, Estadão e do Globo. Esses são os nossos magníficos filtros.
Eles já não significam nada. Nem pra mim que costumava lê-los.
ResponderExcluirA importância dos guias está caindo. Muita gente deixou de achar que aquilo que está na mídia é lei, e simplesmente procura por coisas que gostam, em geral a partir do bom e velho boca-a-boca. Tenho um irmão de 19 anos que nunca leu a Ilustrada, e nem por isso deixa de ouvir quase todas as novidades que saem lá fora. De uma maneira ou de outra, os dois modelos - com e sem guias - são limitantes. Nada está sedimentado ainda. Mas a imagem acima contém uma palavra-chave que nem está em destaque: RELEVÂNCIA. Acho que essa é a grande busca dos artistas, fazerem algo relevantes. Para si, para seu público e para o mercado, claro. E o que for mais relevante se destacará naturalmente. Com ou sem guias.
ResponderExcluirEduardo, temo que só relevância não baste. Sozinha, leva apenas ao senso comum, uma cauda longa sem cabeça. Ela deveria vir idealmente com as outras palavras-chave citadas:
ResponderExcluirFiltering (filtrar)
Curating o que o curador faz ao conceber uma exposição ou museu, que envolve:
Culling algo como separar o joio do trigo
Aí então, prover contexto, significado e relevância, arranjar e agrupar o conteúdo, atualizar e detalhar.
Até hoje, boa parte deste trabalho era feita com variada profundidade por gente de notório saber em suas áreas, especialistas, críticos, escritores, em suma, formadores de opinião. Mais que "limitar", ao filtrar e ordenar, forneciam parâmetros valiosos, como um mapa, que podiam ou não ser seguidos.
Com a gradual perda de importância da "grande mídia" e a fragmentação das fontes de informação, essas pessoas (e seus veículos) foram desaparecendo, se escondendo. Claro, estão surgindo outros (nos blogs) que cumprem mais ou menos esse papel. Mas basta? O Laissez faire da internet 2.0 dará conta de ordenar o maior oceano de informações da história?
Marcelo, eu entendi o recado das palavras-chaves. :) Mas deixa eu me explicar melhor: não me referi à relevância como ferramenta a ser usada pelo curador (ou qualquer que seja o filtro). Usei-a como uma meta a ser perseguida, entende? Meu ponto de vista é o do músico, talvez isso não tenha ficado claro na minha última postagem. Pois bem, depois da obra (música, no nosso caso) produzida, se alguém vai filtrar isso, separar o joio do trigo, organizar ou seja o que for, sempre será a partir da relevãncia do que tem em mãos. O que acontece hoje é que pouca coisa é relevante. Qual foi a última banda que realmente provocou você? Não tô falando das legaizinhas, dessas temos aos montes, em geral cópias de cópias de algo que já foi feito nos anos passados. Nada realmente novo, ou pelo menos intenso, tem surgido com frequencia... navegamos em um grande mar de lixo, irrelevante e monótono, verdade seja dita. Abraço!
ResponderExcluirAh sim, Eduardo, concordo com você. Acho que tivemos uma confusão semântica. Me parece que Relevância, no sentido empregado pelo Gerd Leonard, não é sinônimo de importância ou qualidade ou influência. Tem mais a ver com cabível, apropriado a um certo grupo de coisas. É como o Google ordena uma palavra-chave que tenhamos escolhido - fora os links pagos, claro. No caso, nada a ver com qualidade, necessariamente.
ResponderExcluirMas quanto à falta de coisas que realmente me movam, estou de acordo com você. Mas aí te pergunto: será que isso não é resultado do novo meio ambiente, onde ficou mais difícil para as coisas relevantes (no seu sentido) se destacarem? Abraço.
O que nasceu primeiro ? o Ovo ( um mundo de artistas sem inspiração), ou a galinha ( um mundo no qual o novo compositor nem começa a se inspirar, porque a notoriedade e a relevância oferecidas são as mesmas de um alfinete no meio de um monte de feno)?
ResponderExcluirAcho essa pergunta: "a quanto tempo uma banda não mexe com você?" meio ...primeiro lugar comum, alguém ja me perguntou isso hoje?... Ah agora perguntou...Só nesse blog é a segunda vez.. e além disso de quem é a culpa de isto estar acontecendo? Será que ninguém vê? Que a música teve reduzida sua relevância no geral para a vida da nova juventude? E isso é que realmente torna difícil um plano de ação para que se façe dinheiro com ela, transformando-a novamente em uma profissão, uma carreira.
Acabei de ouvir nosso amigo Reznor lá no outro post ...foi muito bom e , obviamente fez a coisa parecer bem simples, ...se fosse.....
Humberto, tenho uma visão ligeiramente diferente. Música é importantíssima para a nova juventude, que ouve o tempo todo, está ligada em novidades, baixa músicas etc, talvez mais, na média, que a nossa já veterana geração.
ResponderExcluirA diferença é que antes era muito mais difícil obtê-la. Só comprando. Hoje é o contrário. Pode ser encontrada em qualquer esquina, do clássico ao axé, do jazz ao metal. Flui que nem água. E não é porque sai pela torneira de casa que a água é menos relevante. Essa é a maior diferença de antes para agora, e as soluções (acho que háverá mais de uma) têm que levar isso em consideração.
Doctor Marcelo, não sei como você pode se quer pensar que a música tenha o mesmo peso hoje, para as novas gerações. Certamente você não tem como sustentar essa afirmação. Tudo bem se a onda é apenas discordar...não estou entendendo. Quer dizer que um moleque hoje segue as idéias de artistas musicais assim como a juventude dos anos cinquenta, sessenta e setenta (pode colocar oitenta nisso aí também)? ....................A h ...rapaz ...desgastante....Você quer dizer então que a sociedade não mudou em nada nesse sentido e pode ser até que a importância tenha aumentado, que a música ainda é a principal diversão dessa juventude, Assim como era a principal fonte de divertimento dessa moçada que citei a cima? O.K.
ResponderExcluirEstou falando de importância, de relevância enquanto você fala em quantidade e facilidade. E qual a importância disso , a importância é que provavelmente grande parte do que estamos passando , a crise do que se costumava chamar de mercado da música venha dessa falta de relevância. Minha batalha sempre será para que se restaure um pouco do divertimento. O que você chama de dificuldade para se conseguir musica é justamente o que fomentava a coisa. A troca de material entre as pessoas, as raridades aqui alí, pegar o telefone para contar que descobriu uma loja com aquela música que tanto procurava...
Ficar sozinho enfrente a uma tela luminosa esperando downloads jamais substituirá as relações pessoais que outros métodos proporcionavam. É dizer que a masturbação substituirá o sexo, pode até acontecer, mas temos que tentar mudar isso. Não é porque é moderno e porque é a realidade atual que necessariamente seja bom. O prório método de se obter música é o que está derrubando a experência. Começou a ficar sem graça com o CD e teve uma continuação apoteótica do tédio nos downloads.
Perdão pelo testamento, mas esse assunto me aquece os miolos.
Menos, Humberto, menos. Devo estar me expressando muito mal. Achei que estivéssemos apenas conversando, o que (ainda bem) não significa concordar com tudo que o outro está falando. Exponho o que penso com todo o respeito às suas colocações. Espero reciprocidade.
ResponderExcluirPara não ficarmos numa discussão estéril, apenas quero deixar claro não penso que a música tenha "o mesmo peso hoje, para as novas gerações". Não é uma questão de "peso", mas de que "forma" a relação com a música se dá. Hoje, é pela saturação. Veja, não é um julgamento de valor, é apenas uma constatação. E constato que muita gente é ligada, sim, em música, mesmo que de uma forma diferente que a sua. Então, é para vencer essa barreira de irrelevâncias que estamos aqui trocando ideias. Aliás, você mandou bem no comentário sobre o Trent Reznor.
Marcelo, respondendo a sua pergunta: sim, essa dificuldade certamente se dá pelo ambiente, poluidíssimo. Mais responsabilidade ainda para o músico e para o "filtro", certo? Embora muitas vezes o "filtro" não esteja comprometido com a relevância artística, e sim com a relevância comercial. De qualquer forma, em um novo modelo de distribuição, onde o artista é que distribui grande parte de seu trabalho, é absolutamente necessária a qualidade, o algo mais, para cativar o ouvinte. Senão, será apenas mais um, esquecido em poucos minutos. Abraço!
ResponderExcluirHumberto, essa visão romantica (ou nostalgica) que você tem, infelizmente, não cabe mais no mundo de hoje. Eu também sou do tempo em que se mandava uma fita virgem pra outra cidade pelos correios, e a recebia de volta um mês depois com as novidades gravadas... mas isso não volta mais, não adianta. Aliás, vou te ser bem sincero: isso pode parecer legal agora, porque essas memórias vem acompanhadas de histórias de amizades, surpresas, descobertas, emoções típicas da nossa adolescência. Mas na época, era um saco... eu lembro que queria mesmo era morar em Londres pra assistir todo o pessoal que eu curtia nos fins de semana e no outro dia comprar o disco. Concordo com você quando diz que a qualidade da música em geral caiu. Mas já não concordo quando você diz que a dificuldade de conseguir música era que fomentava a coisa... não era. Inclusive, vamos contextualizar isso: "NÓS" tínhamos essa dificuldade aqui no Brasil, mas lá fora, nos grandes centros onde a música estava acontecendo, qualquer garoto que aparasse a grama do seu vizinho ou entregasse um punhado de jornais tinha condição de comprar um disco que queria. É só ler a biografia dos grandes artistas que a gente vê isso claramente, lá fora o acesso era fácil, aqui é que era complicado, pela conjuntura sócio/política/econômica/geográfica do nosso país. Já sobre a importância da música na vida dos jovens atuais, eu diria que é a mesma que foi para nós... música pra um jovem, de hoje e de ontem, é contestação, é diversão, é sonho, é psicanálise, é estilo de vida, é consumo (sim, consumo! nós também fomos consumistas quando comprávamos revistas com fotos dos nossos artistas preferidos, camisetas, etc... hoje isso está mais profissional, mais presente, eu diria as vezes até massacrante é verdade... mas dizer que não existia em nossa época é bobagem). A diferença dessa geração pra nossa é que o acesso é praticamente instantâneo e eles tem bem mais opções - nem sempre de qualidade - mas no mais, acho que ainda é muito parecido. Abraço!
ResponderExcluirSem o romantismo infelizmente não vai haver a matéria prima meu caro Eduardo...A música. O pragmatismo e a eficiência são muito bons para os empresários e marketmans (e nós músicos hoje infelizmente temos que nos meter a isso), mas para quem vai sentar ao piano ou com sua guitarra e fechar os olhos, abrir a antena para compor...é compor (lembrar de onde começa tudo isso) o buraco...well é mais embaixo. Precisamos de uma visão romântica para acordar, para respirar, para comer e principalmente para encher esse maravilhoso mundo novo de música, porque sem esses malucos ...meu caro, não teríamos nem porque estarmos aqui conversando sobre esse assunto.
ResponderExcluirObs. Acho que nunca disse que não éramos consumistas inclusive porque sei muito bem o quanto éramos, e para dizer a verdade é esse consumismo que estou querendo ver de volta, pelo menos em relação á música.
Ah! ia me esquecendo, você nunca viu um filme americano ou inglês onde um moleque tenha corrido atrás de uma raridade discogràfica ou um vendedor de uma loja de discos fale de pérolas raras que estão desponíveis em sua loja, exatamente como fazíamos aqui? ( No Rio ou em São Paulo, pelo menos - me perdoe aí Geovannni não sei como era aí em Manaus) Isso definitivamente fomentava sim. É raro é um presente, é uma guloseima assim como o Trent Reznos está fazendo. Ele que é de 1965 exatamente como eu está usando de sua "nostalgia" para entender que o que é exclusivo, raro e apetitoso vende.
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