Como os adolescentes estão escutando música
Segundo pesquisa da NPD feita nos Estados Unidos com jovens entre 13 e 17 anos, a garotada tem baixado menos músicas - sejam pagas ou gratuitas - por não se interessarem pelo que encontram, ou por já terem músicas demais, ou por poderem ouvir online na hora que quiserem.
Esse é mais um dado a favor da remuneração por acesso ao invés de se tentar controlar a venda e a cópia de música.
Alguns dados:
- A venda de CDs para essa faixa etária caiu 26%
- A venda de faixas pela internet caiu 13%
- Os downloads em sites P2P cairam 6%
- Pegar músicas com os amigos também deixou de interessar 28% dos teens
- O número de jovens que escuta música online - imeem, lastfm, pandora etc. - aumentou de 34 para 58%
Acho que essa pesquisa vai gerar polêmica por aqui. Não vai, Humberto?
O negócio é que contra fatos não há argumentos.
Já passei da fase teen, mas, pensando bem, há também baixo pouquíssima música se comparado há anos atrás. Acho que o principal motivo é a falta de novidade, tudo anda muito igual...sem novidades, a mesma batida!
ResponderExcluirFalando de música americana, por exemplo, vendo TVZ dá pra perceber que só muda o clipe, a música parece a mesma. E os jovens são mais imediatistas mesmo, pra que perder tempo baixando se dá pra ouvir on line? Armazenar pra quê se vivemos a cultura do descartável, não é?
Ainda acrescento mais um fato interessante que tem acontecido comigo: escuto música no YouTube! É raro mas acontece, às vezes minutos antes de um ensaio, pra decorar uma letra... são finalidade diferentes, comuns aos músicos, mas imagina o jeito que essa garotada escuta...
ResponderExcluirRealmente chegamos na era do talento. Pra quebrar esse monte de barreiras, a música realmente vai ter q ser muito, muito boa.
O Ipod gigante está chegando!!!! Salve-se quem puder!!!!!!
ResponderExcluirLixo gera Lixo.
ResponderExcluirA música já não vinha servindo para muita coisa mesmo. A pergunta é muito grave: Em 2011 quando as gravadoras se renderem por completo e finalmente estivermos livre delas, vamos ter o que fazer com nosso repertório. Alguém ainda se interessará por música?
Humberto, nunca se ouviu tanta música como agora. O difícil vai ser - aliás, já é - chamar a atenção nesse mar de música onipresente.
ResponderExcluirEu não gostaria de estar livre das gravadoras. Adoraria que elas tivessem outra postura e passassem a ser parceiras dos artistas. Afinal elas tem interesse no negócio, experiência e capital para investir. Mas talvez seja sonhar demais.
PS: estou ouvindo seu trabalho o tempo todo. Em breve escrevo alguma coisa.
Pereira, adorei a enquete.
ResponderExcluirO caminho do homem rumo à praticidade é igual água faz pra superar as barreiras, desliza fácil, não é preciso nem se pensar pra fazer isso, é uma regra da natureza que já estava imposta bilhões de anos antes da gente aparecer por aqui.
ResponderExcluirHumberto, eu acho o contrário, acho que AGORA é que as pessoas vão precisar de música, a gente vai ter que DAR O JEITO de sensibilizá-las e mostrar um caminho diferente desse atual, cheio de insanidade e porralouquices.
Música é igual a qualquer crença, se a gente deixar de acreditar nela, meu amigo, o mundo acabou.
Realmente, não há como contra-argumentar. Mas eu ainda acho que a presença das gravadores vai continuar. Vejo isso com bons olhos. Uma das vantagens do mundo virtual é que facilita o acesso, os amigos podem indicar e na mesma hora mandar uma música para vc. Ae novos artistas são conhecidos. Mesmo que o cantor/compositor não ganhe dinheiro vendendo Cd ele vai ganhar fazendo shows e vendo que o público conhece seu repertório.
ResponderExcluirPor exemplo, o meu primeiro CD do Leoni, audio retrato, eu ganhei de um amigo, era um Cd pirata. Eu gostei e logo depois comprei um original, hj tenho todos e já perdi a conta de quantos shows eu já assisti. O mesmo vale para vários outros artistas...
Voltamos à questão dos filtros. Quem vai editar e botar ordem essa maçaroca toda disponível? Basta o laizzez-faire da web 2.0, onde cada um tem sua opinião, mas não necessariamente conhecimento?
ResponderExcluirOnde os Tariks de Souza, os Zeca Neves, Os Midanis, as Ana Maria Bahianas? Onde as revistas Rock, Rolling Stone, SomTrês (essa é das antigas), Bizz? Os blogs vão bastar? Cadê as Fluminenses FMs, que formaram uma cena e uma geração de músicos e ouvintes?
São questões aí no ar, causadas pela perda gradual de uma experiência coletiva que havia no auge dos mass media (tv, cinema e rádio).
Falando nisso, vocês usam a Last.Fm? Tem um "mecanismo" engenhoso de cruzar dados a partir da música que você escolhe e indica outros artistas similares. Já foram lá?
Na verdade a grande mudança que a gente está enfrentando é somente uma: a forma de receptação das informações. As necessidades básicas de sobrevivência e bem-estar sempre foram as mesmas.
ResponderExcluirSó precisamos de um tempo de adaptação. Provavelmente durante a invenção e advento da TV, quem vivia do rádio deve ter passado por uma turbulência mil vezes pior.
Sim Marcelo, tenho last Fm sim, a Apple lançou um programa parecido tbm...
ResponderExcluirMarcelo, eu acho que esses filtros já eram, cada vez mais teremos mais música legal disponível, e cada pessoa vai encontrando a música e o artista com o qual se indentifica, mesmo sabendo que pra cada artista legal que possamos vir a descobrir, existam centenas, milhares de outros mais legais ainda, mas é o que o Chris Anderson falou, o mercado de nichos só vai crescer e o de hits..... bye, bye mobile!!
ResponderExcluirÁureo, você está falando do Genius? É sensacional como ele constroi as listas. Mas é só com as músicas do HD local, não?
ResponderExcluirSim é do Genius!!! nunca usei, mas tenho amigos que usam, acho que é isso mesmo. o Leoni usa, repasso a dúvida.
ResponderExcluirVou esperar sete ondas..para depois entrar no mar...mas por enquanto fico na areia...já levei muito caldo. Além de achar as soluções muito chatas ...Já sei, vou pegar um CD dos Stereophonics, botar num discman véio de guerra e ... andar por aí a pensar. . Mais apropriado Talking Heads ...There is a road to Nowhere***
ResponderExcluirÁureo, entendo que é justamente agora, nesse emaranhado de informações desordenadas, que mais precisamos de filtros. Sem eles você não encontra a música e o artista que se identifica.
ResponderExcluirEntendo o termo filtro como o formador de opinião, seja jornalista ou blogueiro com alguma proeminência e conhecimento na área de interesse dele.
Mas pode ser também uma ferramenta de procura como o Google óbvio!), embora muito simples. A filtragem se dá quando você insere a palavra-chave,
Ou coisas mais engenhosas como na Last.fm, que não só indica outras músicas similares como dá a biografia, discografia e mostra as listas de outros ouvintes. Cria um emaranhado de correlações ajuda a situar o artista em questão. Já me diverti muito assim, descobrindo outros artistas que não conhecia ou mesmo criando links inesperados entre obras.
Leoni Obrigado pelo carinho para com o material aí...
ResponderExcluirabçs
Nos Estados Unidos [onde a conexão é sempre boa] os jovens ouvem mais música online. Aqui no Brasil [onde as conexões em geral são uma porcaria] a maioria das pessoas continua colocando pra baixar um torrent e indo dormir, pra acordar de manhã e jogar o disco no MP3 player. Concordo que é uma tendência, mas cuidado: do lado de cá, a coisa acontece *muito* mais devagar.
ResponderExcluirPrecavido o quanto antes melhor!
ResponderExcluirO caminho antigo todo mundo já conhece. Estamos descobrindo um novo.
Se os dois vão conviver juntos? Mais uns poucos anos e a gente vai saber.
Abraços.
Eduardo, é sempre sábio perceber que as coisas são diferentes por aqui, mas sabendo o que está acontecendo nos USA dá para ter uma idéia do que vem pela frente aqui.
ResponderExcluirEu mesmo já tive muito mais voracidade por música. Em toda a troca de formato é assim. Mas tem uma hora que você descobre que não conseguiu ouvir nem um terço do que baixou ou ripou. Aí a tendência é ficar bem mais seletivo na hora de adquirir ou baixar canções novas.
Vejam isto, a comunidade discografias ( orkut ) teve seu fim no dia 15/03/09, no mesmo dia criaram uma outra comunidade com o nome " Discografias o retorno", a original possuía mais de 900.000 membros em pouco mais de 3 anos de atividade, a nova já possui mais de 100.000 ( cem mil ) membros em 15 dias, isso não é espetacular? Aqui no Brasil os downloads estão a mil!!!!
ResponderExcluirOs downloads estão a mil e o controle cda vez mais inútil!
ResponderExcluirO controle das organizações anti-pirataria continua ineficaz, pelo tamanho e pelas possibilidades que a web nos proporciona.Blogs, torrents, streamming, p2p ...
ResponderExcluirUm novo caminho está se abrindo... mas há realmente uma forma sustentável para viver de música sem uma gravadora ou algm que te exponha mais na mídia? Tudo bem , tem toda essas história de marketing viral, do boca-a-boca exponencial da internet...mas mesmo assim, é difícil ou no mínimo imprevisivel criar algo do gênero, a meu ver, de forma simples e rápida(não querendo ser imediatiasta, mas já sendo). Deverás, em alguns anos o mercado guina de vez e quem não aprender a nadar se afoga
Talvez daqui a alguns anos,
ResponderExcluirAgora não.
Felipe, ao contrário dos períodos anteriores, onde havia modelos razoavelmente estáveis em que se basear (Compacto, rádio, LP, CD, grande público, marketing das gravadoras, distribuição etc.), hoje não há mais modelo. Estamos em plena mudança para algo ainda indefinido.
ResponderExcluirMas há algumas pistas para quem está procurando um reposicionamento e não quer ser pego no contrapé quando o "futuro" chegar:
- O mercado é muito mais segmentado. Significa que há oportunidades se abrindo.
- O suporte físico para a música está perdendo importância.
- As gravadoras não têm mais tanto poder de influência e estão perdidas. Para não sumirem, terão que se reinventar.
- Como o mercado está segmentado e as gravadoras enfraquecidas, o artista deve procurar formas de estar em contato com seu público, cultivando esse relacionamento. Como? Através das ferramentas que a própria web proporciona.
Felipe, esqueça rapidez. Criar um público fiel demanda esforço, talento e tempo. Cada vez mais. O dinheiro das gravadoras e a atenção concentrada em poucos meios de comunicação eram atalhos que não estão mais disponíveis. Temos que aprender que estamos numa profissão como outra qualquer, que exige vários anos de maturação até propiciar uma renda razoável. Um médico tem que fazer faculdade, estágio, residência etc. até começar a se estabelecer.
ResponderExcluirNós temos que lidar com isso e temos que ter uma boa história para contar. E quanto mais tempo investirmos em música, mais rica e interessante será nossa história.