Na noite do domingo 15, a equipe coordenadora da comunidade Discografias, do site de relacionamentos Orkut, jogou a toalha, decretou o fechamento de suas portas virtuais e apagou por conta própria todo o conteúdo acumulado em quase quatro anos por 920 mil integrantes.
O conteúdo era música, toneladas virtuais de música compartilhadas pelos participantes de modo gratuito. Ou era pirataria, ilegalidade, crime, de acordo com o argumento usado por corporações musicais que pressionavam a população da Discografias a parar de infringir direitos autorais de compositores, músicos, produtores, editoras e gravadoras.
Um aviso ficou no lugar do maior fórum brasileiro de troca de música: “Informamos a todos os membros da comunidade Discografias e relacionadas que encerramos as atividades, devido às ameaças que estamos sofrendo da APCM e outros órgãos de defesa dos direitos autorais”. APCM é a sigla para Associação Antipirataria Cinema e Música, criada há um ano pelas indústrias fonográfica e cinematográfica, e dirigida por um ex-delegado.
Em comunicado oficial, a APCM confirmou que havia meses acompanhava e solicitava a retirada de links. “Já estava claro que a comunidade se dedicava a disponibilizar músicas de forma ilegal, ignorando todos os canais legais de divulgação e uma cadeia produtiva de compositores, autores, cantores, produtores fonográficos, etc.” E acrescentou considerar um “avanço positivo” a exclusão da Discografias.
O episódio é apenas a ponta visível de um fenômeno mundial de enormes proporções, que transformou a internet num admirável mundo novo para usuários, tanto quanto um inferno para os produtores da cultura antes vendida no formato de CDs e DVDs. Por baixo da pequena multidão reunida numa comunidade do Orkut, há proliferação vertiginosa de blogs e outros recursos de internet dedicados majoritariamente a ofertar download instantâneo e gratuito de discos, filmes e livros.
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E as infinitas redes P2P que existem por aí? Pirataria não é só quando a pessoa que disponibiliza está levando alguma vantagem em cima disso? Eu realmente não conheço as leis a fundo, mas acho uma ignorância querer combater o que já está mais do que arraigado. "Cortar o mal pela raiz?" Aonde está a raiz? Acho que seria mais sensato deixar que se divulguem músicas e cds pela internet, é menos dinheiro de divulgação para as gravadoras já que se faz isso de graça, sem falar que é mais publicidade ao artista. Posso estar falando besteira, mas sempre que esse assunto vem à tona e as gravadoras tentam se justificar, elas não me convencem. Até porque elas falam uma coisa e os artistas falam e fazem outra. E eu sempre sou a favor do artista. Como foi dito na reportagem, isso é só uma ponta, o iceberg é muito maior. Acho que é uma luta em vão das gravadoras, acho que assim, só vão afundar ainda mais. Sem pena, torço pra isso. Beijos, Naty.
ResponderExcluirTodo mundo sabe que baixar música da internet é uma porta para se conhecer o artista, filme ou série. Eu por exemplo compro vários dvd'd originais, mesmo tendo baixado eles pela internet. Não é porque baixo que não vou deixar de comprar.
ResponderExcluirQuem gosta, compra. Imagina eu ter que comprar cd e dvd de cada coisa que eu ACHO que vou gostar. É perda de tempo e dinheiro.
A legislação atende às necessidades do antigo modelo de negócio. Então, ainda somos todos marginais. A mudança da lei é mais lenta que as modificações sociais.
ResponderExcluirEm breve essa discussão não vai mais fazer sentido.
As rádios também foram processadas pelas gravadoras quando passaram a "dar" música aos ouvintes. Depois se descobriu que elas ajudavam muito a divulgar artistas e canções.
A internet será a maior e mais democrática rádio de todos os tempos. Pelo menos até chegar outra onda mais forte que essa.
Hoje soube que a Virgin da Times Square-NY (espetacular loja de CDs/DVDs) vai fechar as portas. Eis um símbolo declarando explicitamente que os formatos físicos estão com os dias contados.
ResponderExcluirAgora difícil mesmo é acreditar que os engravatados empresários de gravadoras persistem em dar soco na ponta da faca da internet, ao invés de buscar soluções nela.
Estão querendo morrer de hemorragia pelo jeito.
Pois é, Geovanni. Li no Globo Online em 4 de março que a Virgin vai fechar TODAS as megastores nos Estados Unidos. Não deixa de ser triste, pois a loja do Times Square (que deve fechar agora, em abril)é um marco da cidade. Mas é um sinal dos tempos e uma tendência que parece não ter volta. Veja um trecho do Globo:
ResponderExcluir"Mercado de músicas online foi a derrocada
Em sete dos últimos oito anos as vendas de música declinaram, em grande parte devido à partilha ilegal de arquivos através da internet. A tendência atual de comprar canções individuais, em vez de álbuns completos, através da Apple Inc, iTunes e outras lojas virtuais também contribuiu para a derrocada.
A Virgin também ficou conhecida pelas performances do seu proprietário nas inaugurações, que tornaram famoso em tinha lojas abertas muitas vezes com o tipo de acrobacias que ajudaram a tornar famoso Ricrad Branson. Em uma das lojas Branson foi vestido como o vocalista da banda Gun's and Rose, Axl Rose em uma loja de Hollywood, em 2005.
As lojas também serviam como uma maneira de lançar novos artistas ou promover ainda mais artistas já estabelecidos. Mariah Carey andou no tapete vermelho da loja em Hollywood para a nova versão, em 2005 do álbun "The Emancipation of Mimi" e cantores como Avril Lavigne, Clay Aiken, Faith Hill e lançaram álbuns com noites de autógrafos, com maciça presença de fãs, que muitas vezes ultrapassavam o horário de funcionamento das lojas e seguiam por noite adentro.
- As pessoas podem ir na internet baixar as músicas online, mas nunca conseguirão substituir nossos eventos de divulgação de astros da música. A Times Square era particularmente famosa por causa disso - completou o executivo da Virgin nos EUA."
Eu tenho mais de 10 mil musicas no pc... e nunca precisei entrar no discografia.. aliás nem sabia que existia.. Eles cortam uma cabeça, mas duas nascem em seguida.
ResponderExcluirAcredito que não haja mais lucro com vendas de cds, então porque os músicos não passam a dar essas músicas nos sites? o próprio Leoni é um que faz isso, e acredito que se ele desejar vender cds no site, por exemplo, as pessoas comprariam. Ponto 1: ele DEU as músicas. Com isso todas as atenções e até uma certa admiração vai pra ele. Ponto 2: eu, particularmente, e muitas outras pessoas gostam de uma coisa material nas mãos, ainda que ande com um Ipod pra lá e pra cá. Acredito até que com um autógrafo chamaria ainda mais a atenção. É uma ótima estratégia.
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