12 de mai. de 2009

E aí, Leoni, parou de cantar?


Acabei de postar esse texto no meu site, mas achei que teria uma razão forte para colocá-lo aqui também. Ele exemplifica o que eu acho que é o caminho da música daqui para frente e também mostra um pouco da minha relação com os cadastrados no leoni.com.br

Essa era uma pergunta que eu ouvia muito durante os tempos em que eu fiquei sem gravar – entre 1994 e 2002. Mesmo depois - já que o “Você sabe o que eu quero dizer” era um disco independente numa era anterior à explosão da internet no Brasil -, até o lançamento do Áudio-Retrato em 2003, eu continuava a encontrar pessoas que me repetiam essa mesma pergunta. Confesso que não era fácil ouvir. Chegava a doer. Porque a conclusão era de que o meu trabalho não estava chegando ao público. E isso, para um artista, é o fim da carreira. Vira um hobby e ponto final.

Hoje, saindo da garagem, um motorista de um morador do meu prédio me fez a mesma pergunta: “E aí, Leoni, não está mais cantando?” A reação física ainda é a mesma. Rola uma certa dor e tristeza. Mas logo depois a razão se recupera e assume o comando.

Embora todos nós, artistas, tenhamos vontade de cantar para “o grande público”, além dele não ser mais o que era, ele já não é o único caminho para se ter uma carreira. A primeira coisa que eu pensei depois da reação instintiva foi pensar: “Ele não está cadastrado no site”. E me deu uma sensação muito boa lembrar que eu tenho como me comunicar com aquelas pessoas que realmente se interessam pelas canções que eu crio, e não só pelas que estão bombando no rádio.

O que se está criando - lentamente, com muito trabalho, com muito sacrifício, mas com muita criatividade e excitação – é uma classe-média artística. Antes da internet ou você ocupava os primeiros lugares da parada ou desaparecia. Agora, alcançar o topo é mais difícil – apesar do topo ser muito mais baixo que antigamente -, porque nem todas as pessoas estão olhando para o topo. Elas estão olhando para onde querem. Por outro lado, existem caminhos novos.


Acho que os objetivos de carreira têm que ser revistos – para baixo, é claro -, os prazos dilatados e a expectativa de receita diminuída. É disso que eu falo quando digo que pode estar sendo criada uma classe-média artística. Acabaram-se os jatinhos no horizonte do artista, a vida de glamour e desperdício. Essa é uma profissão como outra qualquer. E é até bom que seja assim, porque a música deve refletir os sentimentos de todos nós e se nós achamos que somos seres especiais, com direitos especiais, apartados do resto das pessoas, perdemos muito na nossa relevância para os outros.

No momento, muito pouca gente se dá conta desse processo e reclama do que foi perdido. Mas foram muito poucos que perderam e muitos já ganharam ou vão ganhar - menos do que esperavam em seus sonhos de ser artistas, mas vão ganhar. Muitos “miseráveis” artísticos terão a chance de entrar no jogo.


Fico muito grato por vocês estarem sempre por aqui, por ajudarem a divulgar meu trabalho, por irem aos shows ou reclamarem da falta deles nas suas cidades. Se eu – como muitos artistas – não parei de cantar é porque se abriu esse canal entre nós. E vocês aderiram.


Foi tudo isso que me permitiu responder:
“Claro que eu estou cantando. Entra no meu site e me acompanha por lá. Ah, tem música nova de graça para baixar.”

Sabe que parou de doer?

15 comentários:

  1. Leoni, nunca havia parado pra pensar nessa "classe média artística", mas você está coberto de razão. Alguns anos atrás eu ouvia falar que uma banda tinha um tempo médio pra "acontecer", ou seja sair do anonimato e começar uma carreira profissional, ouvi alguns especialistas dizerem que esse tempo médio seria de 3 anos, se a coisa não rolasse em 3 anos era melhor procurar outra profissão ou até mesmo criar um outro projeto. Esse discurso eu ouvi até de produtores internacionais, como foi o caso da empresária do saxofonista Joshua Redman, não me lembro mais o nome dela. O que eu tenho sentido que essa relação de tempo e carreira está mudando também, será que é só impressão minha? Como muitas bandas não necessitam de um investimento de major pra acontecer, elas acabam não ficando reféns desse modelo de negócio, ou seja, as bandas tem a chance de fazer um, dois discos, e se não der certo mudar a estratégia e fazer o terceiro, já que os custos são menores e facilitam começar tudo de novo. Bom, não sei se estou certo, mas tenho observado isso.

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  2. Acho que é nessas horas que se separa o admirador do ouvinte de rádio e telespectador de programas de auditório...
    Eu tenho medo de ouvir o que faz "sucesso".
    Me dói ter que responder pras pessoas quando digo: "Vou no show do Leoni" "Quem é esse?" "Aquele que canta Garotos II", me referir a uma única música (Por mais fantástica que ela seja) sabendo que existem tantas outras tão boas ou ainda melhores.
    E me sinto ótima, divulgando aos pouquinho, aos amigos, aos familiares, tuas músicas que vou descobrindo.
    Eu sei que deve ser duro trabalhar, aspirar a todos os ouvidos e não ter o retorno que gostarias, mas sabe que tens teu público fiel, e esse nunca te abandona.
    Beijinhos

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  3. Beleza de texto, Leoni. Conseguiu de uma forma tão pessoal sintetizar as mudanças em curso no negócio da música.

    A maioria de nosostros, pessos do século passado, crescemos sob a cultura de massa. O estrelato, os greatest hits, os grandes ídolos e nossa relação com eles, nossas referências, a grana das majors investida nas apostas de quem venderia muito, tudo isso fazia parte daquele mundo.

    Hoje estamos em pleno processo de mudança em direção a uma pós-cultura de massa. Todo aquele aparato, todos aqueles modelos de negócio, centrado nos blockbusters fazedores de grana, têm cada vez menos sentido, "porque nem todas as pessoas estão olhando para o topo". Cada vez menos, aliás.

    Se aquele mundo antes tão bem estruturado está ruindo, ainda não há uma alternativa clara estabelecida. Aquele capital que movimentava a indústria da música e suas cadeias produtivas diluiu-se ou foi parar em outro lugar - dos criadores/produtores para os provedores e armazenadores de conteúdo.

    Essa nova situação que se apresenta me parece, até certo ponto, uma volta ao século XVIII, pré-romântica, pré-música gravada, pré-mass media, quando o músico e a música como produto era encarados de uma forma radicalmente diferente. O músico, longe de ser um ídolo de massas, era um profissional, um artesão, cuja música era patrocinada pelos mecenas (nobreza e Igreja). De certa forma é o que acontece agora, através do micro-patrocínio proporcionado pelo contato direto do artista com o fã, via web. Há também uma certa descida de um pedestal inalcançável para uma altura mais humana, mundana. Há também a perda gradual do sentido de se possuir o arquivo sonoro - dada a sua ubiquidade - valorizando-se em seu lugar a qualidade da experiência com a música e a proximidade com o artista e seu processo de trabalho.

    Por isso, acredito eu, os próximos modelos girarão em torno de duas vertentes:

    . A proximidade do artista com seu público (NIN, Leoni), proporcionando experiências exclusivas e raras que vão além da música em si.

    . Sites de streaming, patrocinados ou por assinatura, com boas ferramentas de manuseio de seus acervos, levando a música para todo lugar, sem necessidade de se ter o arquivo. Música líquida.

    No primeiro caso, o artista estaria sendo remunerado mais diretamente. No segundo, através da divisão proporcional da receita dos streamings, facilmente mensurável.

    O que vocês acham?

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  4. Muito legal o post.. pro meu gosto essa dessmistificação do artista de música pop, vem em muito boa hora. Me lembro perfeitamente do meu total desconforto no começo do Kid Abelha , quando começamos a ser tratados como "artistas" - que era só uma outra palavra para nos chamar de Ets , incapazes ou coisa que o valha... pelo menos era assim que eu me sentia.

    Só prá exercer o meu papel de polemista-residente , me parece que essa coisa de voltar ao Século XVIII é uma ilusão completa.

    Não se desinventa o que já existe, e o que existe no comércio da música , não é apenas uma indústria de fabricar círculos de plástico, é toda uma rede de atividades econômicas, lentamente construída através dos séculos, que não vai desaparecer do dia prá noite.

    Hoje está claro que no final dessa agoniante transição digital, o dinheiro que circula no comércio da música não será substancialmente menor do que circulava antes da introdução do Mp3.

    Ele certamente mudará de mãos , e nós pensando otimistamente , gostaríamos que ele fosse melhor distribuído, que parasse mais na mão da tal classe média.

    É um desejo justo,e seria ótimo prá arte, mas realisticamente não dá prá descartar a possibilidade que ele continue concentrado na mão de uma meia dúzia. Oxalá a classe média trinfe.

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  5. Ih, Beni, sua tentativa de polemizar deu com os burros n'água, pois concordo quase 100% com você! :)

    Na menção ao séc. XVIII eu deveria ter enfatizado o "até certo ponto". Não tenho nenhuma ilusão de que voltaremos a uma época idílica de oficinas de artesãos ou coisa assim. Foi apenas uma forma... ahn... polêmica... de fazer um paralelo entre as mudanças em curso hoje e uma época em que os criadores não eram semideuses (coisa do Romantismo para a frente) e a relação com a propriedade intelectual era totalmente diferente, assim como as formas de patrocínio.

    Também acho improvável a destruição da cadeia produtiva, mas ela também já tem sofrido mutações há tempos, com a facilidade de acesso aos meios de produção e distribuição. Foi um processo iniciado há uns 15, 20 anos, com o barateamento dos equipamentos de gravação e finalização (processo similar ao do audiovisual) e depois com a distribuição via web.

    O caso é que a web, em meio à destruição criadora e à transmigração da grana destes para aqueles, abriu grandes brechas no sistema todo orientado para os blockbusters. Longe de ser a volta a uma inexistente Idade do Ouro ou a realização de uma utopia (meus dedos do pé se encolhem), há que se ter sabedoria para aproveitar o momento. Abraços!

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  6. Gostei muito do teu ponto de vista e por isso resolvi me meter nessa conversa. Não sou do meio musical mas sou público.
    Tem uma nota desafinada nesses novos tempos. Vou tentar explicar com exemplo. Há pouco mais de um ano, criei uma página no Myspace, só para aprender a configurar o programa para depois fazer uma para minha irmã que é compositora. Há mais de 10 anos uso a Internet. Participo de blogs e comunidades de fotografias. Resolvi ilustrar meu perfil com algumas fotos que fiz. Para minha surpresa, vários músicos comentaram ou enviaram mensagens falando sobre elas. E não eram músicos desconhecidos. Só depois disso, resolvi publicar um set com fotos de shows que fiz por amizade, e que dormiam esquecidas no meu HD. Fiz mais. Para retribuir a gentileza de alguns, passei a levar a câmera para os shows. Se gostasse do material, dava de presente mas sempre com o cuidado de deixar claro que não sou fotógrafa de eventos e nem pretendo ser.
    Finalmente vou chegar ao ponto. Com o crescimento da comunidade e de fenômenos como o da Malu Magalhães, tudo mudou. Desafinou. O que era um ótimo espaço para trocas, agora parece ser um gigantesco mural de releases. Diariamente entro na minha página e encontro vários convites para adicionar pessoas. Tenho um contador de visitas e também observo que poucas delas visitaram o meu perfil. Já brinquei e disse que ia fazer um manifesto com o título: Não! Não estou interessada em ouvir a sua música... mas já estive.
    O que me espanta, é que nessa ânsia por ser conhecido a maior parte dos músicos, ou sei lá quem que está administrando o espaço, esqueça de um princípio básico. Comunidades só funcionam se houver interação - troca. Um mínimo de gentileza e educação. Não entenda essa minha observação como uma reclamação pessoal. Meu interesse lá, e muito por acaso, é acompanhar as agendas dos músicos que gosto e o prazer das novas descobertas mas minha curiosidade está minguando.
    Posso resumir a maior parte dos convites que recebo com esse exemplo "Oi,colega. tudo bom?gostaria muito q vc me add e ouvisse meu som. abração"
    Copy & paste e logo ele terá muitos colegas mas com certeza não estarei nessa turma.
    Tu tens dado um belo exemplo de como tudo pode e deve ser diferente, por isso vim aqui comentar.
    Se todos usarem os espaços só para divulgação, logo teremos um mar de garrafas com mensagens que ligam nada a lugar algum, e ninguém interessado em abrir. Vão nadar e morrer na praia da Internet.

    Do público consumidor outro comportamento me espanta, e esse é até uma nova patologia. O baixar e baixar e baixar músicas, filmes, seriados e afins, enquanto o tempo para consumir é tão menor e matematicamente impossível. Parece campeonato de quem ouviu ou assistiu mais. Desconhecem o prazer de ouvir uma música mil vezes. De ouvir o disco outras tantas e descobrir novos encantos. De contar isso tudo para um amigo e vibrar com a identificação ou com a discussão que pode gerar. E assim as coisas crescem.

    "Se eu – como muitos artistas – não parei de cantar é porque se abriu esse canal entre nós"
    Penso que é por aí que está a solução. Nesse entre nós. Nessa comunicação que não pode ser unilateral.

    mas isso não é mérito só do Myspace. O problema é comportamental .
    Dizem que o Twitter e assemelhados são a arte de falar com todos e para ninguém.
    Falta transformar esse falar em conversa.

    "Muitos “miseráveis” artísticos terão a chance de entrar no jogo"
    Sim! E isso é ótimo mas também creio que muito poucos estão sabendo jogar para permanecer.

    As vezes tenho ganas de responder: Hei, você sabe quem eu sou? Sabe se tenho alguma coisa para te mostrar? Já sabe que nota apito?
    Deixo para lá, e de maneira antipática, recuso novos contatos. Se aceitasse, talvez ele viesse até a minha página mas também posso imaginar o comentário: obrigada pelo add! Valeu, Cris!

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  7. Oi, Cristina. Adorei seu texto. Você entendeu tudo e explicou ainda melhor. Há uma ânsia de chegar nas pessoas, mas nenhuma vontade de escutá-las. Todo mundo pedindo atenção e a gente sem tempo de lidar com as coisas do dia a dia. Então, não adianta lançar as garrafas ao mar. Se não houver motivo para se criar uma relação, uma troca, a internet e nada é a mesma coisa. É tão útil quanto os comerciais na TV: a gente só assiste se quiser. E para querer tem que ter alguma motivação nossa e não de quem está anunciando.
    Uma coisa que eu aprendi é que mandar e-mail para quem você não conhece, ou não te deu autorização para tal, é dar tiro no pé.
    Na verdade há uma falta de educação que é transposta para a rede.

    Quanto a consumirmos mais do que podemos, acho que isso vai ter uma redução. A gente fica tão afogado em informação que não consegue mais dar conta. Nos EUA os jovens entre 13 e 17 já estão baixando menos música, inclusive a gratuita. Estão preferindo ouvir on-line e não possuir os arquivos. Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza. Tenho a impressão que essa lambança digital deve ter uma trégua em breve. pelo menos espero que isso aconteça.
    Parabéns pela clareza e pelo ótimo texto.

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  8. Cristina você falou e disse !! Simplesmente perfeita. Os ciclos que vocÊ tem observado levam a uma efemeridade de todos os ambientes sociais online. Todos que estão hoje no Myspace parecem entender que uma hora vão migrar para super informar outro ambiente e depois de saturarem tudo vão migrar para mais outro e assim por diante.
    Mais uma vez (não sei se alguém já escreveu isso...os interessados por literatura webiana que me ajudem) a experiência musical na web é tão ruim e ineficaz (como experiência humana) que possivelmente vai acabar de enterrar esse artefacto- Música.
    Leoni você sobreviverá bem e o fará porque é bom pracas!!! Ponto.
    Quanto ao desendeusamento do artista pop....agora é para apanhar mesmo ..... Também não é grande coisa afinal todas as pessoas muitíssimo bacanas que estão fazendo música hoje (as não tão bacanas também e as péssimas também) só venceram a selva com seus facões guiados por alguns desses deuses. Todos estão aqui trazidos pela mão de um dos Beatles (ou todos) Um Caetano, um Jobim, Um Bowie, Um Oasis, Um Stevie Wonder, Um Stones, uma Aretha Frankling, Um Chico Buarque, uma Sarah Vough.....e por aí vai. Quem é que vai guiar o foco, a vontade de passar fome ?................por favor ....larguem as pedras e pensem ...poupem minha vida.....O novo sempre teve sua batalha dura para aparecer, mas todo mundo está atrás de uma recompensa nesse tempinho de vida que temos sobre a terra...............continuo clamando por uma notícia BOA em 2009 .....me mandem uma vai!!!!

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  9. Cristina disse na mosca: "Comunidades só funcionam se houver interação - troca."

    Mais do que todas as promessas, a internet se transformou num grande espelho que alimenta o narcisismo mais delirante. O que mais se vê são pessoas falando para si mesmas e procurando coisas que as reflitam. Isso é empobrecedor e emburrecedor.

    Mas a internet não é apenas isso. O acesso à informação a às novas ferramentas têm me proporcionado experiências e trocas - humaníssimas - das mais interessantes, cotidianamente. Não acho, Humberto, que a web represente o fim do artefato música. Música na web não é só baixar mp3 e ouvir streaming, sem critério. Pode ser umma coisa bastante rica também. O comportamento que a Cristina descreve, na minha visão, é um tipo de doença que pode ser curada. Não seria uma doença de crescimento?

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  10. Por outro lado, contrariando o que eu mesmo disse aí acima, há um lado sombrio da minha mente que me sopra que não é doença não, talvez seja esse o estado normal das coisas, que as pessoas em geral são bestas e sempre foi assim. A internet, como é democrática e achatadora, amplifica isso ao máximo, dando voz à mediocridade e à estupidez...

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  11. Concordo com o Marcelo Pereira que a internet amplifica a personalidade. Então, dá voz à mediocridade, assim como possibilita que outros escolham seus artistas, baixem as músicas de acordo com o seu tempo, escutem uma mesma canção mil vezes. Pra mim que sou nêne aqui, a questão é a possibilidade que ela dá de olhar pra onde quiser e de escolher o que quiser. O público que o Leoni conquistou no seu site me parece que tem exatamente este perfil. Senão dificilmente estariam ali. Voltando todo dia, participando do Forum e aguardando o próximo single. É chato ter que se esbarrar em tantas garrafas no mar. Mas, não me importo com isto já que sou eu que escolho a garrafa que vou abrir. Querem um gole? Ops! to jogando mais uma garrafa no mar?

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  12. Olá Leoni, Cristina, Marcelo, Humberto, Beni, Áureo, Hina e Rafael

    Que maravilha essa conversa toda. Fico muito feliz por ler tudo o que foi escrito aqui, e ainda ter a oportunidade de colaborar com o debate.

    A provocação/reflexão de Leoni é muito importante. E o desenrrolar da conversa mais ainda.

    Essa questão do artista é muito complexa. De certa forma todas e todos nós somos educados para querer o sucesso. Essa idéia está desde a infância em nossa educação. Ou tem sucesso ou é um fracassado. Coisas desse tipo.

    Para quem lida com o grande público a coisa pesa. A indústria cultural precisa desenvolver o sentimento e o querer sucesso. O sucesso na verdade é o sucesso das gravadoras e editoras. Quanto mais um músico de uma determinada gravadora fizer sucesso, mais essa gravadora vai lucrar. Sucesso é uma questão de lucro. Quanto mais o artista alcançar o sucesso melhor para a gravadora e editora, porque ela cuida de praticamente tudo, e por isso, suga o máximo do sucesso do artista.

    Por isso, que estamos procurando articular o movimento música para baixar, que artistas e pessoas que atuam no âmbito cultural não são integrantes de uma classe superior, mas trabalhadores e trabalhadoras que possuem os mesmos direitos dos demais. A arte não deve ser tratada como se fosse semente transgênica, passível de ser propriedade de alguns.

    E gosto da idéia da banda de Cuiabá chamada Macaco Bong que defende o "Artista Igual Pedreiro".

    A fato de trocar idéias com artistas sem que esteja acima do restante das pessoas, nos possibilita construir uma outra sociedade com relações mais humanas, e menos comercializadas.

    Sinto-me contente por poder conviver com diversos artistas que pensam em construir essa nova sociedade, como Leoni, Teatro Mágico e rapper GOG.

    Grande abraço solidário a todos e todas.

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  13. Cristina, gostei muito do teu texto, podíamos desenvolver esse assunto, tua opinião é muito importante, abs.

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  14. A internet possibilitou-me a acompanhar sua música. Obrigada por fazer parte do Twitter. De que outra forma alguém do interior de Minas poderia consumir arte, música, cultura de várias regiões?

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  15. Para quem gosta de música, não há tempo tão bons quanto esses. A gente ouve tudo na hora que quer.

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