29 de abr. de 2009

As loucuras imperdíveis de Josh Freese


Josh Freese é um grande baterista. Já gravou e tocou com Devo, NIN, Sting, Guns and Roses, The Offspring, Avril Lavigne e muitos outros artistas. Agora resolveu lançar seu segundo disco solo de uma forma inteiramente nova, adaptado que está aos novos tempos de Música 2.0.

Sua estratégia foi a de conseguir atrair a atenção – atenção é a nova distribuição – inovando inteiramente nos pacotes possíveis para se adquirir seu novo trabalho. As idéias são tão inusitadas que muita gente resolveu conferir aquela insanidade.

Querem ver?

Os preços variam de $ 7,00 a $ 75.000,00! Pagando menos você recebe os arquivos das canções e três vídeos filmados e dirigidos pelo próprio. Por $ 15,00 além dos arquivos você recebe um CD e um DVD. As inovações começam quando se paga $ 50,00: além do pacote anterior, você recebe uma camiseta, seu CD vem autografado e o próprio artista liga para sua casa para agradecer a compra - e você tem 5 minutos para perguntar qualquer coisa que desejar sobre ele ou qualquer artista com quem ele já trabalhou. Num pulo rápido para $ 250,00 – que já vendeu os 25 pacotes disponíveis – ao invés do telefonema, o artista vai almoçar com você em um dos dois restaurantes que ele indica e te dá baquetas e peles de bateria autografadas. Dos 10 pacotes de $ 500,00 metade já foi para quem quer encontrar com Josh em Venice para flutuarem num tanque de privação sensorial e, depois, jantar no Sizzler.

E aí? Está achando que é muita loucura? Pois tem muito mais.

Os preços vão subindo e junto a proximidade. Ele pode te dar aulas de bateria, lavar seu carro ou sua roupa, sair para encher a cara com você, cortar seu cabelo, fazer massagem, escrever uma canção sobre você (além de gravá-la e produzir um clipe dela com a sua co-direção), passear com você na Disneylândia e deixar você dirigir o seu Volvo na volta, te levar para jogar mini-golfe com os integrantes do DEVO, te deixar escolher qualquer peça em seu guarda-roupa até chegar ao pacote de $ 75.000,00 que inclui te levar na turnê por alguns dias, compor, gravar e lançar um EP de 5 canções sobre a sua vida, escolher uma de suas baterias para levar de presente – qualquer uma! -, se você tiver uma banda ele pode se transformar num integrante por um mês, se você não tiver ele pode ser seu assistente pessoal por um mês e mais algumas loucuras que vale a pena ler em seu site.

Vamos aos fatos:

Ele vendeu 25 pacotes de $ 250,00, cinco de $ 500,00, cinco de $ 1.000,00, dois de $ 2.500,00, dois de $ 5.000,00 e um de $ 20.000,00!! São $ 48.750,00 de receita bruta – mas o cara vai ter despesa! – com 40 pacotes vendidos. Ele conseguiu vender seu trabalho por mais de $ 1000,00 por pessoa.

Ele disse que nem se importa com quantos CDs ele vai vender – pacotes de $ 15,00. Também pudera. Para chegar a esses valores ele teria que vender mais de 3.000 cópias de um produto que muito pouca gente vai querer. Ainda mais de um artista novo. Ele está oferecendo o que ninguém nunca vai poder digitalizar: presença, bastidores, loucura e criatividade. Não é à toa que ele é o baterista do NIN. Trent Reznor está fazendo escola. Quem quer se matricular?

Vejam o próprio falando sobre suas invenções


24 de abr. de 2009

Artista financiado pelo fã - Billy Corgan


Agora chegou a vez do Billy Corgan – ex-Smashing Pumpkins – ir direto aos fãs em busca de financiamento. Segundo o próprio, os detalhes do negócio serão decididos junto com os fãs. Mas em princípio ele vai cobrar $ 40,00 para fãs que queiram assistir a vídeos das gravações de seu próximo álbum.

Durante 12 semanas – quanto tempo de estúdio! Já é quase uma novela musical – serão 5 vídeos por semana, postados no dia seguinte às gravações, de no mínimo 5 minutos de duração. Seriam então $ 40,00 por 5 horas de acesso ao backstage das gravações que fariam parte de um futuro filme de arte.

Parece que esse modelo de oferecer conteúdo exclusivo ao fã em troca de financiamento para seus projetos está, aos poucos, se tornando padrão no mercado.

O que falta é centralização dessas atividades. Os músicos estão agindo por sua conta. E, como bem disse o Beni, músicos querem tocar, não administrar negócios.

Acho $ 40,00 um pouco salgado, mas já imaginaram se 3.000 pessoas resolverem aderir à assinatura dele? Serão $ 120.000 arrecadados antes de colocar o CD à venda. E ele tem condições de conseguir muito mais que isso.

Fiquemos atentos aos resultados. Contra fatos não há argumentos.

23 de abr. de 2009

Algumas respostas


Depois do bode criado pelos posts discutindo O Culto do Amador, me penitencio aqui com um revigorante trecho de um artigo do Gerd Leonhard sobre, entre outras coisas, quais serão os fatores que determinarão valor no mundo digital. Vai em inglês mesmo, ok?

So what are those future value-determining factors? Here are a few from a long list that I have been compiling:

  • The best quality experience, at the perfect time. Compare listening to a low quality audio-stream on your mobile, in the train, to enjoying an HD recording on your living room (or car?) sound system. The first one could be feels-like-free or bundled, the other one could be a premium, paid-for service. The difference is just my particular use case, not the 0s and 1s.
  • A new, attractive and convenient package (or shall we say, alternate user interface?) A powerful and very recent example is 'The Presidents of The United States of America' iPhone app: the user pays a one-time fee of $3 for free, on-demand streams and videos from the last 4 albums, and lots of up-selling is built right into the app. iPhone users that are fans are very likely to shell out $3 to get this cool widget, and in a way I guess they are now actually paying for what they would otherwise have gotten for free, anyway (i.e. to listen to their favorite music, on-demand). Plus, the band now has a direct and totally unique path to their biggest fans - and that is the new gold, in my opinion. Sounds like a great deal to me: package it nicely and it will sell regardless of free alternatives.
  • Also note that this same phenomena is what still sells printed books. The words i.e. the content anyone can probably get for free, somewhere, but the feel and smell of the paper, the physical format, the touch, the familiar and comfortable user-interface (UI) is what I am actually paying for when I buy the good old, dead-tree version. In other words, I pay for the design, the printing and shipping, and only implicitly for the 'words'. It is important to note, though, that nice user interfaces will soon be available on electronic reading devices, as well, therefore leading us to that very same, original question: what will we pay for when we buy content, ultimately? We may soon enter the age of content-as-software-packages: many of us may soon no longer order the printed versions of books (last not least because of environmental concerns) but we may happily pay a few Euros a month for a digital book subscription, or add it in a bundle via our mobile phone bill, only to then buy the 20 Euro multimedia / virtual world edition of a book we really like - except that it won't be printed and shipped but also downloaded to my mobile device.
  • Authenticity and timeliness. I foresee a future where I will gladly pay a bit more to make sure that what I get is the bona-fide real thing, from the actual creator, in its correct version and without any shortcuts or changes. An authorized, paid-for English translation of the new Paulo Coelho book (digital or otherwise) would certainly be more enticing to me than 'free' copy that is not stamped with his approval. And if I can get it the moment that it's finished, even better (and I pay another premium).
  • Selection, expert curation, filtering, culling, context, annotation. In my experience, few people have time to find the best music for a specific occasion. Why would I bother looking for a great selection of ambient 'space music' for my yoga sessions when a true, bona-fide authority such as Stephen Hill (Producer of the superb Hearts of Space / HOS online radio show) has already done this for me? My payment to HOS would therefore be not so much for the actual songs, it's more for the service of having them filtered and annotated by a real expert.

Google passa a dar música de graça... na China



O Google está liberando arquivos mp3 legais e de alta qualidade na China. É uma estratégia para abocanhar uma fatia maior do mercado chinês, que hoje é de 28%. Eles pretendem gerar receita a partir de anúncios.

Há um artigo no Media Futurist comentando este importante passo rumo à liquidifcação da música. Será?

Juiz que condenou The Pirate Bay faz parte de grupo pró-copyrights


Foi descobrto que o juiz que condenou o The Pirate Bay a penas tão severas faz parte de diversos grupos pró-copyrights e que isso pode levar a um novo julgamento, invalidando o primeiro.
Mais informações: http://torrentfreak.com/pirate-bay-lawyer-is-biased-calls-for-a-retrial-090423/

22 de abr. de 2009

Entrevista com o autor do de O Culto do Amador



Para quem ficou com a pulga atrás da orelha por conta do livro que ataca a cultura produzida pela web 2.0.
Vai em inglês mesmo por que a vida anda corrida. Uma provocação para as idéias muito rígidas - às vezes elas tendem a calcificar.

To say that writer/blogger Andrew Keen is a contrarian might be an understatement. In his latest book, The Cult of the Amateur: How Today’s Internet is Killing Our Culture Keen plays the devil’s advocate against the cultural tidal wave known as the Web 2.0. I’ve been following Keen’s Twitter posts and his blog The Great Seduction for awhile now. He has a knack for fostering interesting discussions about the publishing industry, whether you agree with him or not.

1. What is the premise for your book, The Cult of the Amateur? My premise is that user-generated-content on the Internet (Web 2.0) has no economic or aesthetic value. Rather than rewarding talent, it feeds on the narcissism of our current cultural climate. Cult is a subversion of the original Web 2.0 subversion; it is Adorno-for-idiots. I argue that rather than amusing-ourselves-to-death, we are now expressing-ourselves-to-death.

2. You refer to yourself as “the anti-Christ of Silicon Valley” yet you’re an avid user of social media. How do you explain this seeming dichotomy? My next book is a cultural analysis of social media. You can’t understand social media without participating in it. Besides, you can’t be a good evil “anti-christ” without indulging in a few unholy dichotomies of your own.

3. A recent blog post from you proclaims “Blogs are dead.” What’s next then? How can authors best promote their work online? What’s next is real-time media like Twitter and Friendfeed which will transform blogs from static textual websites into platforms for live interaction with one’s audience. Authors need to aggressively promote themselves in this real-time environment. It’s an ideal place for writers to show off their talent. Any writer not on Twitter should have both their hands chopped off. In the 21st century, the shy and the reticent will starve.

4. What’s next up for you? Is there another book project on the horizon? Yes, a book (maybe with an audio commentary and some videos too) about the broad cultural forces that have shaped the current social media revolution. Everyone always says this is the next big industrial revolution. I think that’s true. So the challenge is to explain how and why today’s digital revolution is both different and very similar to the industrial revolution of the mid 19th century.

5. In your opinion, what do traditionally published book authors most need to know about where the publishing industry is headed? It’s generally going down the toilet. It will be just as bloody, perhaps even more so, than the music and newspaper businesses. Problem is that most people in publishing fetishize the physical book. And—like the physical newspaper or the vinyl long-playing record—the analog book will become an increasingly marginal high-end product. Writers, then, have to become broadcasters and video stars if they are to remain viable. Words will matter in the future, but so will sounds and images. Ugly, mute writers, therefore, should probably switch careers. It’s gonna be very bloody (funny and awful).

Mais que mil palavras



Andando por aí, deparei com a foto acima. Espelhada em vários sites, acabei descobrindo que é de de Gabriel Openshaw . É uma mulher da tribo Mursi, da Etiópia, nada amistosos com estranhos. Além dos paramentos tradicionais, está portando um AK-47 e (reparem) dinheiro na mesma mão que segura o iPod.

Como ela conseguiu o iPod? Ela compra músicas na loja virtual iTunes? E o dinheiro? Que músicas será que ela escuta?

21 de abr. de 2009

Aumenta o número de pessoas ouvindo rádio online

Uma pesquisa na Billboard aponta para um crescimento de quase 30% da população que ouve rádio online nos EUA. Agora são 42 milhões de pessoas por semana acessando esse tipo de serviço.

Diz ainda que os dólares estão seguindo a audiência - que vem abandonando lentamente as rádios tradicionais - e criando uma receita maior para as rádios online.

Será que é a nossa chance de nos vermos para sempre livres do infame jabá?

Só não podemos deixar esse sistema se infiltrar no novo mundo. Aliás, isso é quase impossível, pois não dá para forçar ninguém a ouvir ou ver o que não quer num mundo onde a escolha é do consumidor.

18 de abr. de 2009

Desmaterializar: mudando as maneiras de nos relacionarmos com produto e propriedade



Tradução livre de um artigo de Chris Arkenberg em Urbeingrecorded.

Há uma imensa e rápida mudança ocorrendo no terreno das ferramentas & tecnologia. Cada vez mais, produtos estão se desmaterializando e transformando-se em serviços. Esta mudança é impulsionada em parte pelos crescentes custos de produção e pela consciência cada vez maior dos impactos ambientais reais de se produzir bens duráveis e depois descartá-los jogando-os em aterros sanitários. É também uma resposta à rápida digitalização da cultura, empurrando bens de consumo para trocas de informação menos tangíveis, geralmente mediados por aparelhos cada vez mais fetichizados. Portanto, o conteúdo está se afastando de suportes fixos como discos e papel e, em vez disso, fluindo por redes e aparelhos.

Talvez o exemplo mais icônico e revolucionário desta tendência seja a dupla da Apple iPod e seu serviço, o iTunes. Ao longo dos últimos 20 anos, milhões e milhões de Cds, DVDs, embalagens e encartes impressos consumiram recursos em hard media irrecuperável ou pouco reciclável e enchendo os lixões. A Apple fundamentalmente reescreveu seu paradigma ao desmaterializar o conteúdo – música e filmes – e conectá-los diretamente com o player. Os custos energéticos e materiais foram conjugados em um (espera-se) aparelho mais durável, liberando o conteúdo transacional de enorme volume de uma carga imensa de recursos. Enquanto há custos de fabricação associados ao aparelho, o impacto é reduzido ao subtrair esses custos do conteúdo.

Tem havido, desde então, um movimento cada vez maior dos produtos em direção aos serviços, o que é facilmente mostrado com a ascensão dos serviços online na era da Web 2.0. As câmeras digitais são outro exemplo que, como o iPod, desvincularam a incansável produção de conteúdo de um suporte tóxico e não-renovável – nesse caso, filme e papel fotográfico. Da mesma forma, a própria produção afastou-se de tintas e papéis caros, tóxicos e desperdiçadores e rumou para a onipresença das telas. Mais e mais conteúdo “impresso” - antes domínio de revistas, jornais, livros e publicidade em geral – se afasta dos suportes palpáveis. Novamente, o padrão mostra o conteúdo livre dos subtratos materiais para mover-se sem esforço através de redes e aparelhos.

Há alguns efeitos interessantes desta tendência. Claro, a pirataria do conteúdo se torna consideravelmente mais fácil e barata. Conteúdo pode ser movido e copiado através das redes sem esforço, e proteção a cópias é apenas um conjunto de bits a ser crackeado. Como Stewart Brand argutamente observou, “informação quer ser livre” e a rápida digitalização da cultura reforçou radicalmente esta proposição, forçando cada indústria pré web a reavaliar completamente seus modelos de negócio.

Por outro lado, a "bitificação" do conteúdo e a democratização de poderosas ferramentas desktop de autoração potencializaram e encorajaram a tentação histórica de remixar e revitalizaram maciçamente nossa criatividade cultural. Ironicamente, numa época que permitiu a tantos criar tanto, a noção de propriedade intelectual tem menos respeito do que nunca. Quando seu conteúdo contém bits de 10 outros pedaços de conteúdo, ele pertence a quem? Como foi notado por muitos autores e analistas, o gênio saiu da garrafa.

Mas talvez o mais interessante sejam as mudanças comportamentais e psicológicas em resposta a essas tendências. À medida que as coisas se transformam em bits intangíveis, o fato de que não podemos mais tocar o produto sutilmente enfraquece a nossa noção mesma de propriedade. Começamos a considerar nossa relação com as coisas mais como algo com que interagir do que possuir. Se por um lado isso é potencialmente libertador, também facilita aos provedores de conteúdo assegurar propriedade total perpetuamente: você está meramente pegando emprestado um conteúdo através de um serviço provido pelo “real” proprietário. Sem a propriedade direta, estamos protegidos e ainda temos o direito de compartilhar?

Em relação ao conteúdo, a propriedade pessoal passou para o aparelho – o cada vez mais fetichizado recipiente pelo qual o conteúdo está fluindo constantemente. Nossos smart phones são extensões incrivelmente potencializadas de nós mesmos, conferindo habilidades inimagináveis ao dono. O mais simples e mais intuitivo desses aparelhos tornam-se uma segunda natureza, extensões de nossos corpos, facilmente conectando-nos uns aos outros, a conteúdos, a vastos estoques de conhecimento. É claro que fetichizamos tais objetos e é claro que nos tornamos dependentes deles.

A industrialização lamentavelmente otimizou seu modelo de negócio através da obsolescência planejada, com muitos produtos projetados para quebrar, forçando um aumento das vendas do próximo modelo. Sem dúvida, os aparelhos em que hoje confiamos tanto têm suas próprias falhas embutidas, sejam intencionais ou apenas consequência da margem de lucro, que incentiva a não investir em mais qualidade do que seja absolutamente necessária. Então, serão os benefícios da desmaterialização dos conteúdos de suportes baratos anulados pelas exigências de recursos e quebra inevitável de nossos aparelhos? Terá o impacto energético e ambiental poupado pela não utilização de papel duplicado pelo simples custo de fabricar e manter vastas server farms globais?

Qualquer avaliação real da desmaterialização dos produtos para os serviços deve considerar o imenso impacto da infraestrutura que a suporta. Apesar disso, é para onde estamos indo. Os aparelhos portáteis serão cada vez mais dedicados a conteúdo e transient marketing. As telas continuarão a se multiplicar a uma velocidade exponencial, se encaixando em cada aspecto de nossas vidas. Fabricantes de hardware serão cada vez mais observados por comitês de padrões internacionais e acionistas, prestando contas dos impactos ambientais e de carbono de seus processos. E a noção de objeto e propriedade continuará a ser desafiada de formas ainda desconhecidas.

O que a indústria do conteúdo perde com a condenação do Pirate Bay

Tradução livre do blog da Wired

Sites como Pirate Bay ensinaram e continuam ensinando lições valiosas à indústria de conteúdo sobre como lidar como o mundo emergente da mídia social – Facebook, Orkut, MySpace, imeem, YouTube etc. - no qual as vendas formam uma pequena fatia das receitas, e no qual o que importa é quem gosta do quê e quem presta atenção a quê.

Dentre o que é mais importante temos as listas de amigos, os uploads dos usuários, os filtros de conteúdo dos mesmos usuários, marketing viral, conteúdo patrocinado por anúncios e a possibilidade de se garimpar muita informação valiosa.

As gravadoras sempre ficaram intrigadas com a quantidade impressionante de usuários que sites como Napster e Kazaa reuniam, embora ficassem reticentes em tirar vantagem disso.

Existe muita informação vital para as majors quando ela monitora a rede de compartilhamento de arquivos, como: a música mais baixada de um álbum que vazou pode dar a indicação de que single escolher; onde uma banda deve tocar pode vir dos IPs dos fãs; que artistas têm públicos semelhantes e podem dividir um show etc.

Vários sites foram “vencidos” pelas gravadoras e o Pirate Bay pode ser mais um. Mas nesse meio tempo novas formas de compartilhamento continuam a surgir, incluindo redes privadas e encriptadas. E com os espelhos que o Pirate Bay tem em outros paises, é provável que ele consiga continuar a operar. Alem disso, o Pirate Bay é só um engenho de busca focado em arquivos de filmes, música etc. Ele mesmo não tem conteúdo próprio. Google, Yahoo e MSN também levam a arquivos ilegais.

Mesmo com a indústria celebrando outra vitória sobre o compartilhamento de arquivos, o mundo está mudando rapidamente na direção de serviços on-demand, nas nuvens onde se pode ouvir música e ver vídeos de uma forma mais social e mais rápida que nos com bit torrent.

Os sites P2P criaram o DNA das redes sociais e dos novos negócios - mas são considerados inimigos. E os Facebooks da vida contêm mais dados dos usuários que os P2P aumentando as chances de se criar receitas através de publicidade, recomendações e, até, vendas ocasionais.

A vitória sobre o Pirate Bay, se ela realmente acontecer, só vai tirar a possibilidade de se conhecer melhor os hábitos e gostos de milhões de usuários – e potenciais consumidores.

A grande lição dos P2P é: Venda anúncios quando o conteúdo for gratuito e tente vender para as pessoas algo que elas não possam ter gratuitamente, seja algum bônus, acesso instantâneo, ingressos para show, boxes luxuosos, relacionamento etc.

Processos como esse contra o Pirate Bay fazem sentido na superfície, mas em outro nível são um jeito engraçado de dizer “Obrigado”.

17 de abr. de 2009

Outro jogo


Recebemos o texto abaixo do Beni Borja, pensador da música e amigo do blog. Ao relacionar o momento atual com o processo revolucionário histórico, propõe boas reflexões. O título é um jogo com outro texto dele postado aqui.

* * *

Morreu o rei. Viva o rei!

Normalmente quando um rei morre, o povo já conhece o seu sucessor. Não há nenhuma confusão, nenhuma inquietação. O povo dá quinze minutos de atenção ao novo rei, e segue sua vida sem maiores sobressaltos.

Numa revolução, ninguém substitui imediatamente o rei destronado . Há sempre um momento de vazio de poder. Ninguém sabe quem manda , ninguém sabe a quem recorrer. Durante essa transição vive-se numa total incerteza sobre o futuro. Uma situação muito estressante, mesmo para não quer mandar em ninguém.

Nesse momento de confusão, os revolucionários proclamam que o poder acabou, que agora viveremos como cidadãos livres, independentes do poder dos outros. O povo se agita , cada um toma um partido, mas inevitávelmente o poder se reorganiza. E por fim um novo mandatário tomará o lugar do antigo.

Essa pequena lição básica de ciencia política pode ter alguma serventia , num momento como o atual.

Estamos vivendo tempos revolucionários no negócio da música.

Os reis (gravadoras) foram destronados. Antes elas tinham o poder de decidir quem ia ser popular e quem ia ficar tocando para as paredes. Não mais. No vácuo do poder, os revolucionários ( os "geeks" da vida) proclamam que viveremos todos felizes para sempre, sem poderosos. Cada um por si, numa família feliz.
Não creio.

Nessa altura do campeonato , imaginar que cada um de nós ,criadores de música ,vai se relacionar diretamente com seus fãs ,sem nenhuma intermediação corporativa, me parece uma visão de um inferno medieval. Para quem se preparou a vida toda para fazer música, ficar administrando "amigos" nos myspaces e orkuts da vida, parece uma condenação a um purgatório infinito.

Músicos querem fazer música, não querem administrar negócios.

A especialização do trabalho é um fato inescapável da vida econômica no nosso tempo. Quem faz arte ,se puder, se ocupará só de criar. Quem gerencia os negócios que surgem à partir da arte , tenderá a se ocupar exclusivamente de fazer dinheiro com a criação dos outros. Essa divisão de trabalho é um avanço da civilização, que não vai desaparecer só porque apareceu um novo modelo de negócios. Passado o momento de confusão , continuaremos tendo empresários e artistas.

Rezo e torço para que tenhamos no futuro um sistema de comercialização de música melhor do que aquele do qual ,sem nenhuma tristeza, agora nos despedimos . Um sistema mais inclusivo, mais respeitoso, que entenda os prazos e os compromissos da arte. Não sei o que o futuro nos reserva. Mas não é difícil enxergar que o poder está migrando dos detentores de música gravada para os promotores de música ao vivo.

Se o dinheiro está na música ao vivo , é de lá que devem sair os futuros poderosos fazedores de sucesso, que inevitávelmente surgirão.

Saudações musicais ,
Beni

Fundadores e ex-CEO do Pirate Bay são condenados à prisão


Deu na Rolling Stone:

Três fundadores e um ex-CEO da primeira empresa de hospedagem do site The Pirate Bay, um dos maiores portais de download gratuito no mundo, foram condenados na última quinta, 16, pela justiça sueca, a um ano de prisão. Acusados de violar direitos autorais, Frederik Neij, Gottfrid Svartholm Warg, Peter Sunde e Carl Lundstrom (ex-CEO) terão ainda de pagar multa equivalente a R$ 7,75 milhões.

Após sabatina de duas semanas de interrogatório, dentro e fora dos tribunais, Sunde falou ao canal britânico BBC, na quarta, 15. "Estamos muito confiantes que vamos ganhar." Há poucas horas, o sueco mostrou em seu Twitter postura tranquila frente à decisão desfavorável ao quarteto. "Fiquem calmos - nada irá acontecer ao TPB. Conosco pessoalmente ou com a troca de arquivos. Isso é só teatro para a mídia."

Sunde achou graça, ainda, de ter tomado conhecimento da sentença antes mesmo do comunicado oficial. "Sério, é um tanto engraçado. Costumava acontecer apenas com filmes. Agora, até veredictos vazam antes do anúncio oficial", ironizou.

Ao descobrir que estava sendo processado, em 2008, Warg deu um recado às gravadoras em entrevista ao jornal sueco The Local: "Elas que se danem".

Em broadcast no TPB, Sunde afirmou preferir "queimar tudo o que tenho a pagar a multa". O caso, para ele, é coisa de cinema. Particularmente, da franquia Karate Kid. "Isso é como no filme. No começo, tem os valentões que implicam com Daniel San. Então ele apanha. É onde estamos agora. No final, teremos esta vitória épica. No final, iremos arrasar com eles."

Os réus foram acusados de prejuízos à indústria fonográfica, cinematográfica e de jogos eletrônicos por companhias como Sony BMG, EMI, Universal, Warner Bros, MGM, Columbia Pictures e 20th Century Fox Films. A ideia inicial era conseguir indenizações em torno de R$ 30 milhões pelos lucros não obtidos com os arquivos baixados gratuitamente desde a criação do site, em 2003.

Os advogados de defesa, que vão apelar contra o veredicto, partem do seguinte raciocínio: o Pirate Bay não alojava arquivos, e sim links - segundo as leis suecas, a indexação de arquivos não é criminosa. A corte, no entanto, não se convenceu.

O julgamento - considerado capital especialmente para a combalida indústria fonográfica - deve chegar à Suprema Corte da Suécia. Esse era o próximo passo prometido pelos criadores do site que contabiliza 22 milhões de usuários, caso perdessem na quinta.

À BBC, o CEO da Federação Internacional da Indústria Fonográfica, John Kennedy, afirmou que os suecos não agiam por princípio - a não ser o do dinheiro. "Esses caras não estavam fazendo nada por princípios, estavam nesta para encher o bolso. Não havia mérito algum a respeito do comportamento deles, era tudo repreensível."

Kennedy acredita que chegou a hora de a indústria musical dar um olé no quadro atual, que comporta muitos sites à imagem e semelhança do PTB. "Havia esta percepção de que pirataria é OK e que a indústria deveria simplesmente aceitá-la. O veredicto de sexta vai mudar isso."

Ao mesmo canal, dias antes, Sunde disse não enxergar diferença entre PTB e Google. Se a pena impetrada nesta sexta vingar, o sueco não poderá vir ao 10° Fórum Internacional de Software Livre, no qual estava agendado uma das mais importantes das 14 atrações internacionais, ao lado do fundador da Free Software Foundation, Richard Stallman. O Fils acontece em Porto Alegre, entre os dias 24 e 27 de junho.

Até agora, o golpe mais forte sobre o site datava de 31 de maio de 2006. Na época, policiais invadiram e apreenderam computadores na empresa que hospedava os servidores do Pirate Bay.

15 de abr. de 2009

Mais espaço para sua música no MySpace

Para quem usa o MySpace a notícia é simpática. Agora você já pode colocar 10 canções no seu player, ao invés do limite anterior de 6 músicas.

Para quem lança um álbum com esse número de faixas dá para mostrar tudo de uma vez - mas eu recomendo só deixar baixar no seu site, mediante cadastro: é a isca para criar um relacionamnto duradouro e, quem sabe, lucrativo com quem gosta do seu trabalho.

14 de abr. de 2009

O modelo do NIN para bandas novas!!!!

O mesmo cara, Mike Masnick, que falou sobre o cwf +rtb = $$$ analisando o case do NIN volta a carga em quatro vídeos sobre a fórmula de negócios do novo mundo onde o gratuito não é sinônimo de nenhum dinheiro. A fórmula é fazer uma comunidade crescer e criar escassez real de atenção e acesso. Complicado? Ele cita o Google que oferece serviço gratuito e tem o dinheiro gerado pelos anúncios, que só são lucrativos porque muita gente usa a ferramenta que é realmente boa para que as pessoas se localizem nesse mar de informação. Cita novamente o NIN, mas depois dá bons exemplos de criatividade entre artistas novos. Vale a pena ver.
O primeiro serve de introdução, o segundo explica e o terceiro e quarto são de perguntas do público.

Para quem não conseguir visualizar os vídeos - eu não consegui -, vai o link








Férias e Dicas de Sobrevivência

Fiquei sem colocar nenhuma notícia por aqui esses dias por conta de umas mini-férias em Búzios. Li pouco e pensei em outras coisas. Por conta disso deixei acumular muita informação. Espero poder dar conta de tudo e recomeçar nossos embates musicais.

Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que terminei de corrigir meu novo livro, “Dicas de Sobrevivência do Músico no Mundo Digital”, que estará disponível no meu site em breve como e-book para download gratuito - é claro.

Ele fala desde repertório, ensaios e shows até como escrever um blog e que tipo de site vale a pena ter.

Eu adoraria lançá-lo também no mundo físico - cross-promotion do "20 things...", portanto, se alguém souber de uma editora interessada num “manual” esquisito como esse é só me avisar.

São 42 páginas de dicas, links, experiências, histórias etc.

Igual a DRM, só que mais sinistro



Andrew Dubber escreveu em seu site New Music Strategies sobre uma nova maneira de rastrear arquivos mp3, em estudo por algumas gravadoras.

Desta vez, com "marcas d`água". A ideia é que seja completamente invisível (e inaudível) para o ouvinte, mas rastreia de onde o mp3 (ou outro formato) tenha vindo, e, na maioria dos casos, informe sobre a pessoa que originariamente o comprou.

Leia mais no New Music Strategies.

9 de abr. de 2009

Remixtures



Viajando por aí, topei com este blog português bastante interessante e informativo. Se apresenta assim:


Remixtures.com é um blog assinado por Miguel Caetano sobre a cultura da remistura. Com este espaço, pretendemos criar um posto avançado de observação e reflexão sobre o que de mais recente e interessante ocorre no domínio da cultura livre emergente - netlabels, net-art, P2P, copyleft, Creative Commons, Mash-Ups, remixes - e dos entraves que se colocam ao seu pleno desenvolvimento, no sentido da partilha e reapropriação generalizada do conhecimento. Porque todo o criador não é senão um (re)apropriador das criações de muitos outros.

Mais, no próprio Remixtures.

8 de abr. de 2009

Rádio Ibiza e Som Livre lançam selo musical

Deu no Meio & Mensagem. Enviada para o Musicalíquida por Felipe Silva:

Gravadora une-se a empresa de marketing fonográfico em projeto que visa certificar novas bandas e artistas e propiciar ações para marcas e clientes
07/04/2009 - 14:53

A Rádio Ibiza e a gravadora Som Livre fizeram uma parceria no segmento musical e lançaram o Selo Som Livre Ibiza. A idéia do projeto é atender a demanda de artistas pelas novas mídias e facilitar a comercialização de músicas no ambiente online por meio de uma certificação.

O público alvo do Selo Som Livre Ibiza serão os artistas que ainda não possuem contratos com gravadoras e que queriam uma divulgação segmentada na internet. Pela parte da Som Livre, os artistas que obtiverem o selo contarão com a orientação da gravadora para a distribuição de suas músicas, tanto nas rádios como no próprio ambiente da web.

Já a Rádio Ibiza, especializada na sonorização customizada de ambientes, garantirá a veiculação das canções desses artistas nos estabelecimentos de seus clientes. Atualmente, a Rádio é responsável pela sonorização personalizada de mais de 150 empresas, mesclando conteúdo corporativo com músicas adequadas ao perfil do público freqüentador.

Além de propiciar a divulgação de bandas e artistas independentes, a parceria da Rádio Ibiza com a Som Livre também pretende oferecer um novo canal de divulgação de marcas por meio de segmentação sonora, o que possibilita ações direcionadas para determinados tipos de público e de consumidores. A primeira banda a utilizar o Selo Som Livre Ibiza será o grupo internacional The Sweet Vandals.

Mais sobre o modelo de negócios do Trent Reznor

Essa é uma palestra muito interessante do MIDEM sobre o porque do sucesso das inovações do NIN.
Vale a pena. Tenho seguido o Michael Masnick no Twitter e tem sempre alguns insights interessantes.

7 de abr. de 2009

Trent Reznor fala sobre seu modelo de negócio



Ninguém melhor que ele para dar o caminho das pedras. Ninguém foi tão bem sucedido quanto ele nesse novo mundo.
Ouçamos respeitosamente.

Sai Virgin, entra Jesus

Deu na Piauí que o local onde funcionava a Virgin Megastore do Times Square, até o mês passado, vai virar uma loja de roupas com temas evangélicos chamada Forever 21, de um fervoroso empresário coreano.

A matéria conta a história do grupo Virgin, desde quando era uma lojinha londrina especializada em rock experimental alemão dos anos 60.

Vejam um trecho:

A Forever 21 está plantada em cidades dos Estados Unidos, da Coréia, do Canadá, da China, da Indonésia, da Arábia Saudita, da Malásia, de Cingapura e dos Emirados Árabes, entre outros países e continentes anexados a seu império comercial. Mas é o seu próximo endereço que tem dado mesmo o que falar. Até meados do ano que vem, abrirá suas portas num dos melhores pontos de Nova York, a Times Square, na Broadway, entre as ruas 45 e 46 – onde, até dias atrás, funcionava a Virgin Megastore, loja de discos que já foi um grande símbolo mundano do sucesso temporal. Estima-se que, este ano, antes mesmo do outono americano, cinco outras megastores da Virgin sumirão dos Estados Unidos. A da Times Square acabou em março.

A troca da Virgin pela Forever 21 é mais um golpe na combalida indústria da música, e mais um sinal de que a indústria da moda, com crise ou sem crise, não pára de crescer. Como acontecia com a Virgin no começo da década, na época em que o filme Alta Fidelidade retratou o sufoco de Rob Gordon, um comerciante de bairro fictício mas verossímil, que só trabalhava com bolachas de vinil e ameaçava naufragar na onda dos CDs distribuídos por megastores.

Tudo nessa história parece que foi ontem. A primeira Virgin Megastore surgiu em Londres trinta anos atrás. Ficava na Oxford Street, esquina com a Tottenham Court Road. Seu fundador, Richard Branson, ainda longe de virar sir Richard Branson, partiu dessa base local para consolidar um conglomerado que se alastrou pelo ramo do turismo, dos jogos e das telecomunicações. Um de seus braços, a Virgin Galactic, aceita reservas para vôos interplanetários. Como a Forever 21, sua sucessora na Times Square, os negócios de Branson tiveram um começo modesto em 1971, no bairro londrino de Notting Hill Gate, com o nome de Virgin Records and Tapes.

Era um bom momento para abrir uma loja desse tipo na Inglaterra. Os Beatles haviam se dissolvido, mas John Lennon e Paul McCartney se lançavam em carreiras solo. Led Zeppelin, Rolling Stones, The Who e Pink Floyd se revezavam nas paradas de sucesso. Mas a Virgin Records and Tapes nasceu contra a corrente. Especializava-se em Krautrock, um tipo de rock experimental nascido na Alemanha nos anos 1960, que chegava à Inglaterra com certo atraso. De brinde, a loja ainda oferecia aos fregueses comida vegetariana.


Tem mais no site da Piauí.

6 de abr. de 2009

Oportunidades modernas segundo Gerd Leonhard


É sobre isso que muitos aqui vêm falando:
Quem vai nos guiar através dessa massa de conteúdo?
Quem sabe, algum de nós?

Mais música de graça



Os debates que vêm antecedendo o lançamento do novo livro do Chris Anderson, "FREE: the past and future of a radical price", estão quentes na rede.
No Hypebot, mesmo site que serviu de fonte para o post anterior, rolou uma semana de discussões.
Para quem lê bem em inglês vai o link.
Para os outros, vou ver se consigo colocar alguma coisa por aqui em breve.
Aliás, se alguém quiser fazer o "trabalho de sujo" de traduzir alguns textos, fique à vontade.
Depois é só enviar para: leoni@otrofuturo.com.br

EMI lança “Your SoundCheck”, comunidade musical de pesquisa de musica online.

Tirado do Hypebot

A EMI, silenciosamente, lançou o Your SoundCheck, “uma comunidade exclusiva de pesquisa musical para pessoas apaixonadas por música.” Essa extensão de uma iniciativa que começou em dezembro com o relançamento do EMI.com vai reunir dados sobre como as pessoas descobrem e consomem música.

Emails de convite começaram a ser enviados na sexta para alguns usuários registrados no site, oferecendo acesso gratuito a conteúdo ainda não lançado e uma oportunidade de dividir o que eles “pensam sobre músicas novas, bandas novas e nos ajudar nas nossas decisões sobre fazer música.” As opiniões vão, os convites prometem, “ir direto ao coração de uma das mais influentes companhias de música, ajudando a modelar o futuro da música.”

Sugerindo que o serviço ainda é beta, uma pergunta na enquete online introdutória de cinco minutos de duração pergunta ao usuário para dar notas a nomes alternativos para o mesmo. Ainda há perguntas para saber idade, hábitos para descobrir e adquirir música, mas nada sobre estilos favoritos. Nenhum outro conteúdo é oferecido ainda.

Por enquanto se parece mais com uma pesquisa pura e simples do que com uma interatividade verdadeira. Mas pode ser um começo. Pelo menos é uma admissão de que precisam da colaboração de seus "clientes", ao invés de processá-los.

Fico curioso para saber se tem algo a ver com o Douglas Meeryl, citado em post anterior.

Alguém foi convidado, ou conhece alguém que foi, para participar desse comunidade?

3 de abr. de 2009

Reverbnation

Quem gostou do Bandcamp pode achar esse site ainda melhor. O Ultraje a Rigor está por lá e o Leo jaime disse que o Roger fez muita propaganda do Revernation para ele. Confira na reportagem que eu peguei no Gattune!:

ReverbNation é um site desenvolvido para bandas de música iniciantes. Um serviço web que oferece recursos da internet e ferramentas para que músicos possam divulgar seus trabalhos. Com um enfoque específico, o ReverbNation converge ferramentas essenciais para novas bandas distribuírem seu conteúdo pela web.

Promova Sua Banda de Música

Promova sua Banda de Música

O serviço trabalha sobre o nicho das redes sociais, oferecendo um espaço para que o artista tenha uma completa vitrina para seu trabalho. O ReverbNation promete uma solução única de marketing para bandas com estratégia de divulgação pela internet

Ferramentas como o TunePaks, FanReach, e Widgets fazem parte desses recursos e conferem portabilidade para email, blogs e sites sociais. Entre eles o widget que possui uma força natural de se espalhar pela internet quando permite que qualquer “ouvinte” possa acoplar o recurso em sites e blogs.

As bandas terão controle em tempo real desses recursos. Através de um painel, você terá as estatísticas dos widgets em como as músicas são distribuídas, quem está ouvindo e como os recursos estão sendo levados pela internet e publicados em páginas de redes sociais.

O ReverbNation permite a abertura de um espaço livre, mas eleva-se o nível a recursos avançados para distribuição e venda de músicas. O recurso pago do site se chama ReverbNation Press Kit. Um atualização da sua conta que promete maior visibilidade da sua banda, mais recursos para controle e distribuição das músicas.

No site, sua música poderá ser distribuída em grandes portais de MP3 como o iTunes, Amazon, Rhapsody, Napster e eMusic onde você poderá manter até 100% dos royalties sobre a venda do seu trabalho!

Atualmente o Myspace tem feito muito bem esse trabalho para bandas de música, mas seu sucesso se dá mais pelo volume de acessos quanto pelos recursos oferecidos. Entre o ReverbNation e ele, o primeiro supera em tantas e tantas vezes o MySpace.

A sua estrutura de porta de conteúdo diverso e aceitação pelos usuários de todo mundo torna o serviço um espaço muito procurado por bandas. Caso queira algo especifico e totalmente dedicado à bandas de música com interatividade e integração em lojas online de música, o ReverbNation é uma melhor escolha

Distribuir música e fazer dinheiro com seu trabalho não é uma tarefa fácil. Recentemente recebi um pedido de um leitor para que eu ofereça os diversos sites de divulgação de bandas pela web. Pela lista que fiz na época, entre os que já publiquei aqui e os diversos que já conheço na web são mais de 50. Fique a vontade entre alguns:

Saiba mais sobre o ReverbNation no blog Remixtures:

Abraços!

Talvez você também queira ler sobre:

  1. Sonific: divulgue sua música, mostre sua banda!
  2. Garagem Mp3: divulgue sua banda na internet
  3. Trevo Digital: loja de música bandas independentes

"As gravadoras ainda podem sobreviver"


Deu na Revista Exame:

Para o especialista, a mesma internet que quase destruiu a indústria é agora a grande chance de salvação do negócio

Por Tatiana Gianini

Revista EXAME - Colaborador das revistas Wired e Rolling Stone, o jornalista americano Steve Knopper acaba de lançar nos Estados Unidos o livro Appetite for Self-Destruction: The Spetacular Crash of the Record Industry in the Digital Age ("Apetite para a autodestruição: a espetacular quebra da indústria das gravadoras na era digital", ainda sem previsão de publicação no Brasil). Na entrevista a seguir, Knopper fala sobre o impacto da internet na indústria da música e discute os caminhos para trazer de volta os lucros das empresas do setor.

1) Entre os erros cometidos pelas gravadoras, qual foi o que mais contribuiu para a crise atual?
Quando o Napster, primeiro programa de compartilhamento de músicas pela internet, surgiu, na década de 90, as gravadoras tentaram combatê-lo em vez de buscar alianças. Isso foi fatal. Quando as gravadoras conseguiram fechar o Napster nos tribunais, os serviços de compartilhamento de músicas na internet não acabaram. Pelo contrário, eles se multiplicaram.

2) Por que as gravadoras fizeram da internet uma inimiga?
Com as vendas dos CDs, as gravadoras detinham o controle de cada passo do negócio, do momento de produção do álbum à compra dele por um fã. A internet representou a quebra dessa cadeia de produção lucrativa. As gravadoras cometeram o erro de pensar que, se processassem alguns sites ou se ignorassem por um tempo a nova tendência, ela simplesmente deixaria de existir.

3) Os acordos para a venda de músicas na loja virtual iTunes, da Apple, selaram a paz entre as gravadoras e a internet?
Realmente, quando a loja surgiu, foi um bom negócio para as gravadoras. Num período curto, 1 bilhão de músicas foram vendidas. Mas o problema é que a iTunes não criou margens de lucros altas para as gravadoras. Tampouco para a Apple, mas para a Apple tudo bem, porque ela só queria usar a iTunes para vender iPods.

4) As gravadoras aprenderam a lidar melhor com a internet?
Elas começaram a ficar um pouco mais espertas, entendendo que as novas tecnologias podem representar a salvação de seu negócio. Está claro que o consumidor atual de música não está mais interessado apenas em ouvir um CD.

5) Qual dos novos modelos de negócios para a indústria musical o senhor considera mais promissor?
Todos eles. Quando lançam um álbum hoje, por exemplo, isso não ocorre apenas no formato CD. As empresas oferecem também as faixas para download em celular e vendem os direitos para videogames como o Guitar Hero, entre outras ações. Isso é inteligente. Poderiam, no entanto, ter feito o mesmo há dez anos.

6) As gravadoras vão sobreviver?
As principais gravadoras vão sobreviver. Sempre haverá algumas delas que vão continuar a produzir estrelas como Beyoncé e Justin Timberlake. Mas está cada vez mais difícil fazer isso.

7) O setor de mídia impressa também enfrenta dificuldades para adaptar seu modelo de negócios à plataforma digital. Os jornais estão cometendo os mesmos erros das gravadoras?
A mídia impressa também não conseguiu encontrar até hoje um modelo online lucrativo. Assim como as gravadoras, os jornais e as revistas precisam virar rapidamente o resultado dessa partida. A história da tecnologia mostra que os velhos participantes do jogo que não se adaptam às novas regras acabam morrendo.

A lei do senador Azeredo e o que ela faz da Internet



Essa é do blog do Pedro Doria
, comentando sobre a lei em gestação no Senado. Tão absurda, mal redigida e descolada da realidade que, se aprovada, será uma daquelas leis que "não pegaram".

A lei do senador Azeredo e o
que ela faz da Internet


Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o Substitutivo aos projetos de lei 137/2000 e 76/2000, do Senado, e 89/2003, da Câmara. Os três projetos tratavam de crimes na Internet. O senador mineiro Eduardo Azeredo juntou-os e produziu uma lei única que altera em alguns pontos o Código Penal. Tendo sido aprovado pela CCJS, será votada no plenário do Senado. Se for aprovada, segue à Câmara dos Deputados, passa por algumas comissões e terá de ser votada também em plenário.

É um longo trâmite, portanto. Tempo o suficiente para derrubar uma lei ruim.

Não é a questão de discutir se é preciso uma lei para regulamentar os crimes online. É bem possível que seja – mas esta é uma discussão para juristas. Esta é ruim por motivos vários. Dois deles:

A lei cria o provedor que delata. Se uma gravadora, por exemplo, rastreia que um usuário ligado ao Speedy em São Paulo ou ao Vírtua em Maceió está usando a rede Bit Torrent, de troca de arquivos, ela pode ir à Justiça pedir a identidade do sujeito. Telefónica (do Speedy) ou Net (do Vírtua) são obrigados a dizer quem foi. Não importa que, muitas vezes, os arquivos trocados sejam legais. O fato é que todo provedor de acesso se verá obrigado a manter por três anos uma listagem de quem fez o quê e que lugares visitou na web. É como se os Correios mantivessem uma lista de todos os usuários de seu serviço e que indicasse com quem cada um se correspondeu neste período de anos. É coisa de Estado policial e uma franca violação da liberdade.

Outro problema da lei é a proibição de que se ‘obtenha dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização do legítimo titular, quando exigida.’ Vai uma pena de 2 a 4 anos, mais multa. O objetivo, evidentemente, é proibir pirataria. Mas imagine-se a loucura de ter a necessidade de provar que está autorizado a carregar qualquer informação colhida na rede.

A rede é, essencialmente, uma máquina de cópias. Carregou esta página do Weblog? Há uma cópia dela em seu HD. Um CD comprado só permite seu uso em CD players. A não ser que Herbert Viana ou outro dos Paralams o autorize expressamente, nada de passar para o iPod. O Google está digitalizando milhares de livros fora de catálogo. Muitos deles têm o detentor do copyright desconhecido. Se o dono aparecer, eles tiram da lista. Em caso contrário, fica público. No Brasil, se o substituto do senador Azeredo for aprovado, esta que será a maior biblioteca pública do mundo será ilegal. Esse artigo é tão mal escrito que, no fim das contas, proíbe o uso da Internet.

É evidente que, acaso vire lei, ninguém a obedecerá. Vai virar letra morta de nascença. Mas isto é um problema. Afinal, há crimes sendo cometidos na Internet que devem ser punidos. Além de ter sido mal redigida, a lei do senador Azeredo nasce mais preocupada em proteger os interesses de empresas estrangeiras da indústria do entretenimento do que em proteger cidadãos brasileiros vítimas de crimes na rede. Há uma petição online correndo para encaminhar aos senadores.

Somos, todos, cidadãos da Internet que usamos este espaço para discutir e nos informar. O direito a nos informarmos na rede não pode ser tornado ilegal.

1 de abr. de 2009

Jovens americanos estão baixando menos música e ouvindo mais online


Como os adolescentes estão escutando música

Segundo pesquisa da NPD feita nos Estados Unidos com jovens entre 13 e 17 anos, a garotada tem baixado menos músicas - sejam pagas ou gratuitas - por não se interessarem pelo que encontram, ou por já terem músicas demais, ou por poderem ouvir online na hora que quiserem.

Esse é mais um dado a favor da remuneração por acesso ao invés de se tentar controlar a venda e a cópia de música.

Alguns dados:
  1. A venda de CDs para essa faixa etária caiu 26%
  2. A venda de faixas pela internet caiu 13%
  3. Os downloads em sites P2P cairam 6%
  4. Pegar músicas com os amigos também deixou de interessar 28% dos teens
  5. O número de jovens que escuta música online - imeem, lastfm, pandora etc. - aumentou de 34 para 58%
A empresa também detectou que a maior tendência é de que a maior parte do tempo gasto com música seja para fazer listas e colocá-las online. Mais do que buscando novas canções.

Acho que essa pesquisa vai gerar polêmica por aqui. Não vai, Humberto?
O negócio é que contra fatos não há argumentos.

Música Online 2.0

Adicionei mais um link à nossa lista. O site é espanhol e se chama Música Online 2.0. E tem traduções de outros sites também.

De lá retirei este curioso texto:

Las discográficas se rendirán en 2011

¿Por qué los responsables de la industria discográfica parecen no tener ni idea de lo que se cuece? Su negocio se desintegra a la vista de todo el mundo. Y sin embargo todo lo que parece obsesionarles son una serie de ganancias a corto plazo; desde llevar a juicio a simples escuchas por haber obtenido su música mediante descargas hasta exprimir todo lo posible los derechos procedentes de nuevos y exitosos servicios online. Está claro sin embargo que el coste a largo plazo va a ser terrorífico. De momento toda una generación de jovenes amantes de la música obvian por completo la presunta ilegalidad del robo de música. Tanto descargar como escuchar online es gratis. Desde el momento en el que es tan sencillo copiar una canción como lo es realizar un millón de copias, no debería haber otro remedio que permitir una amplia zona gris alrededor del concepto de uso justo. O eso, o la superestructura económica detrás del negocio discográfico se va al carajo.

La creencia en la existencia de algo llamado «propiedad intelectual» se ha vuelto absurda.

Michael Arrington cuenta haber estado almorzando con un directivo de una gran discográfica y charlando sobre el tema. Su sorprendente respuesta es ésta:

Es parte del plan. Las discográficas sabemos que la música grabada, ya sea descargada o en streaming va a ser gratis en el futuro. Llevamos mucho tiempo discutiéndolo sin descanso. Las ventas de CDs se reducen a ritmo de un 20% cada año, y lo único que podría parar esa tendencia es simplemente que las ventas lleguen a cero. Y nada va a sustituir esos beneficios.

La música grabada va a tardar poco en convertirse en marketing colateral. Pronto la práctica totalidad de los beneficios van a ser obtenidos de las actuaciones en directo, camisetas, tonos de llamada, etc. Todos esos servicios en Internet que ahora están siendo llevados a juicio van a tardar poco en convertirse en utilísimos medios para dar a conocer la nueva música. Hoy por hoy, pagan, bien en concepto de streaming, bien con indemnizaciones tras juicios. Pero pronto el flujo del dinero bien podría darse la vuelta, y ser los servicios los que son pagados por las discográficas.

En 2013, o posiblemente en 2011, las discográficas ya habrán reorganizado sus modelos de negocio alrededor de lo que ya es Internet, las redes sociales y los servicios para compartir ficheros. Ya no estarán atadas a las ventas en soportes físicos. Harán bien las bandas en gritar aquello de «por favor pirateen mis canciones» porque la condición de leoninos de los nuevos contratos no va a tener precedente. Las discográficas van a llevarse ahora su buen porcentaje de conciertos, mercadería, patrocinios publicitarios, sitios de fans, etc.

Como consumidor, no esperes un gran cambio. Incluso si diez años más allá ya no existen las discográficas.