8 de jul. de 2009

Manifesto Movimento Música para Baixar


É a partir do surgimento da democratização da comunicação pela rede cibernética, que a conjuntura na música muda completamente.

Um mundo acabou. Viva o mundo novo!

O que antes era um mercado definido por poucos agentes, detentores do monopólio dos veículos de comunicação, hoje se transformou numa fauna de diversidade cultural enorme, dando oportunidade e riqueza para a música nacional – não só do ponto de vista do artista e produtor(a), como também do usuário(a).

Neste sentido, formamos aqui o movimento Música para Baixar: reunião de artistas, produtores(as), ativistas da rede e usuários(as) da música em defesa da liberdade e da diversidade musical que circula livremente em todos os formatos e na Internet.

Quem baixa música não é pirata, é divulgador! Semeia gratuitamente projetos musicais.

Temos por finalidade debater e agir na flexibilização das leis da cadeia produtiva, para que estas não só assegurem nossos direitos de autor(a), mas também a difusão livre e democrática da música.

O MPB afirma que a prática do “jabá” nos veículos de comunicação é um dos principais responsáveis pela invisibilidade da grande maioria dos artistas. Por isso, defendemos a criminalização do “jabá” em nome da diversidade cultural.

O MPB irá resistir a qualquer atitude repressiva de controle da Internet e às ameaças contra as liberdades civis que impedem inovações. A rede é a única ferramenta disponível que realmente possibilita a democratização do acesso à comunicação e ao conhecimento, elementos indispensáveis à diversidade de pensamento.

Novos tempos necessitam de novos valores. Temas como economia solidária, flexibilização do direito autoral, software livre, cultura digital, comunicação comunitária e colaborativa são aspectos fundamentais para a criação de possibilidades de uma nova realidade a quem cria, produz e usa música.

O MPB irá promover debates e ações que permitam aos agentes desse processo, de uma forma mais ampla e participativa, tornarem-se criadores(as) e gestores(as) do futuro da música.

O futuro da música está em nossas mãos. Este é o manifesto do movimento Música Para Baixar.

RJ – Leoni – Cantor e Compositor – http://www.leoni.art.br/ e http://musicaliquida.blogspot.com
DF – Ellen Oléria – Cantora e Compositora – http://sapatariadf.wordpress.com/
PB – Kaline Lima – Rapper
RS – Nei Lisboa – Cantor e Compositor – http://www.neilisboa.com.br/
SP – Trupe o Teatro Mágico – http://www.oteatromagico.mus.br/novo/
RS – Banda Bataclã – http://www.bataclafc.com.br/
PA – Juca Culatra & Power Trio – http://www.myspace.com/jucaculatrapowertrio
ES – Banda Sol na Garganta do Futuro – http://solnagargantadofuturo.blogspot.com/
PR – Banda Nuvens – http://www.nuvens.net/
DF – Banda Coyote Guará – www.coyoteguara.com.br
MT – Eduardo Ferreira – Integrante do Caximir, OsViralata e da Afábrika – caximirbuque.blogspot.com
DF – GOG – Rapper e Poeta – http://gograpnacional.com.br/
PA – Casarão cultural Floresta Sonora – http://www.myspace.com/florestasonora1
DF – Jaqueline Fernandes – Produtora Cultural – http://grioproducoes.blogspot.com/
PE – Pedro Jatobá – Diretor de Açoes Culturais do Instituto Intercidadania – http://www.intercidadania.org.br/
SP – Cabeto Rocker – Pascolato-Músico/Produtor Cultural
SP – Mateus Zimmermann – Jornalista, designer editorial e fotografo – www.mateus.jor.br
BR – Sociedade de Usuarios da Tecnologia Java – SouJava – http://www.soujava.org.br

RS – Marcelo Branco – Associação Software Livre.ORG – http://softwarelivre.org

RS – Richard Serraria – Compositor, músico, poeta e artivista – http://vilabrasilcodigolivre.blogspot.com/

SP – Fabio Malagoli Panico Bugnon – Advogado

RS – Everton Rorigues – Projeto Software Livre Brasil, Banda Bataclã FC e blog Brasil Autogestionário

Para assinar basta acessar: http://www.petitiononline.com/mpb/petition.html

19 comentários:

  1. Excelente iniciativa. Ja assinei a peticao e estou torcendo pra que o movimento cresca cada vez mais!

    ResponderExcluir
  2. Valeu, ESG. Espalhe. É um assunto que não provoca a adesão das pessoas imediatamente e requer alguma informação. É tudo muito difuso para as pessoas. Seu auxílio será importantíssimo.

    ResponderExcluir
  3. Leoni, notei que te a assinatura da Zelia Duncam por lá. Ela consta como 18ª assinatura. Abraço

    ResponderExcluir
  4. Leoni, é de grande significado esta iniciativa de vocês! Há a necessidade de uma divulgação maior, mesmo, farei minha parte! Grande abraço!

    ResponderExcluir
  5. Valeu, Rogério. Ajude mesmo a divulgar. A Zélia Duncan e o Roger Moreira (Ultraje) já assinaram. Em breve teremos mais artistas grandes assinando, mas precisamos muito dos independentes, iniciantes, ouvintes e fãs de música.
    Espalhem, por favor

    ResponderExcluir
  6. Não só assinei o maravilhoso manifesto como também faço questão de divulgá-lo no blog "Pela Arte, Pela Tecnologia, Pelo Conhecimento..." Estamos nessa juntos, vamos lá!!

    ResponderExcluir
  7. Acabo de assinar o manifesto. Sou apaixonada por música e, como escreveu o Léo Jaime, a democratização do acesso é fundamental.

    ResponderExcluir
  8. E que fique claro, que baixamos música pq os Cds estão cada vez mais caros... Nem esses pitas de rua estão sobrevivendo mais, pq o material deles é péssimo! Queremo acesso direto ao que vcs produzem! Manifesto assinado! Bju

    ResponderExcluir
  9. Assinado e divulgado entre comunidades e amigos =)

    ResponderExcluir
  10. inscrito e atuando pra que mais e mais possam ver o mundo como a gente vê

    ResponderExcluir
  11. Queria saber como vão proteger os direitos do autor defendendo o download gratuito.

    ResponderExcluir
  12. Jamari, é uma ótima pergunta e você está no lugar certo, pois este site é interiamente dedicado a tentar respondê-la.

    Mas ao músico não ganhará nada mandando o fã que baixa música pra cadeia. Tampouco as gravadoras. Só os advogados. O que interessa neste momento é procurar outras formas de remuneração para o artista que não se baseiem no arquivo sonoro. E há coisas interessantes surgindo. Vasculhe o nosso arquivo, e verás.

    ResponderExcluir
  13. Caro Leoni e demais amigos,

    Serei o mais carinhoso possível, pois sei da luta pela melhor distribuição das riquezas do mundo, mas esse manifesto é quase uma declaração de lento suicídio da arte e da cultura. A continuar nesse rumo de implosões e desmoronamentos, o artista popular estará predestinado à extinção.

    Nós, artistas de todas as áreas, estamos tentando sobreviver e buscando uma inserção nessa nova realidade virtual e, talvez por açodamento ou falta de informação, corremos o risco de "jogar fora a criança junto com a água suja da bacia". Uma coisa é lutar internamente no sistema para mudar a realidade; outra é negar o sistema e não se importar com sua falência.

    Enquanto autores, intérpretes, produtores, gravadoras, distribuidores e lojas perdem bilhões todos os anos com downloads gratuitos legais e ilegais, os sites-plataforma tipo Limewire, Google, MySpace e Youtube ganham o triplo desses bilhões sem gerar uma gota de conteúdo sequer, apenas conectando cliques de mouse num universo em que todos são iguais e, por consequência, não são absolutamente nada.

    Daqui a 40 ou 50 anos, quando alguns de nós já tiver passado dessa para uma melhor, o que restará aos meninos e meninas de hoje? Quantos Johns Lennons, Michaels Jacksons, Renatos Russos e Cazuzas que estão por nascer conseguirão difundir sua arte e criar uma cultura que forme melhores cidadãos?

    Se querem um guerreiro para tentar mudar o sistema, estou aqui, mas não tenho vocação para Jim Jones.

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  14. Laffitte,

    Tenho este site com o Leoni e posso lhe dizer que compartilho muitas de suas aflições. Também não sou contra o "sistema". Acredito em evolução, não revolução (apesar de estarmos vivendo uma). Para se mudar alguma coisa para melhor, não é necessário destruir tudo.

    Também tenho ciência de que as gravadoras propiciaram com seu capital, know-how e curadoria grandes fenômenoss culturais do nosso tempo, como os que você citou.

    Por outro lado, elas próprias escolheram um caminho de pura ganância. Desde meados dos anos 80, foram dominadas por gente vinda de Wall Street, que focaram sua estratégia nos "produtos" com o retorno mais imediato possível, distribuindo-os nos WalMarts da vida, em detrimento das lojas menores, mais capilarizadas.

    Mas foi a queda de braço com o Napster, há 10 anos atrás, talvez tenha sido o turning point rumo à derrocada. Ali, elas poderiam ter chegado a um acordo e tomado as rédeas do processo de mudanças em curso.

    Você também tem toda razão ao dizer que o poder foi drenado de quem produz para quem provê: Google, o Youtube e a Apple com seus iTunes e iPods. É mesmo bizarro.

    Posto tudo isto, nossas diferenças...

    O mundo mudou e não há como voltar atrás. A digitalização da música e sua distribuição na internet deixou caducos muitos modelos de negócio do século passado, queiramos ou não. Se um arquivo sonoro, liberto de seu suporte físico, é infinitamente reprodutível, ele perde seu valor como mercadoria. Proibir e tentar controlar uma coisa que tende para o incontrolável (a troca de arquivos) não é o caminho. Ninguém ganha processando fãs que baixam torrents de seus artistas preferidos. Só os advogados. Me parece um grande erro insistir em basear os ganhos num modelo obsoleto não é de agora.

    Estamos no olho do furacão. Uma estado de coisas está ruindo e não há ainda no horizonte uma alternativa clara à ordem anterior.

    Se você também procura alternativas para mudar o sistema, está no lugar certo. Este site é inteiramente dedicado a achar saídas para quem faz música na era digital. Não sei se você já vasculhou os arquivos daqui, mas acho que vai encontrar muita coisa interessante, iniciativas que podem ser os embriões de novos modelos de negócio, para grandes e pequenos. Aqui vão algumas dicas:

    :: Fim de jogo

    ::A gratuidade e os 1.000 fãs verdadeiros

    :: 20 coisas que você tem que saber sobre música online

    ::Jovens americanos estão baixando menos

    ::As gravadoras ainda podem sobreviver

    ::Mais sobre o modelo de negócio do Trent Reznor

    ::Outro jogo

    ::De quem é o disco

    ::Aldus Manutius e a música hoje

    ::O futuro a Deus pertence e o passado está escrito I

    ::O futuro a Deus pertence e o passado está escrito I I

    ::Gravadoras e web-radios chegam a um acordo sobre royalties

    ResponderExcluir
  15. Marcelo não sou a favor de mandar ninguém para a cadeia, mas que o consumidor tenha a postura ética de não achar que pode se apoderar de graça do trabalho alheio, como não se apodera de uma camisa numa loja. Sou a favor do download gratuito para quem quiser disponibilizar e muitos artistas famosos o fazem hoje em dia, mas não o download indiscriminado.Sou inteiramente a favor da busca de novos modelos.

    ResponderExcluir
  16. Olá Jamari. A questão é mesmo espinhosa. Mas, vamos a ela.

    Por que será que de dez anos pra cá tanta gente abandonou a postura ética que teria em outras situações e passou a "roubar" músicas?

    Sua comparação com se apoderar de uma camisa numa loja não procede. A tal camisa é um bem material relativamente escasso e de quantidade limitada - assim como um cd físico.

    Um arquivo mp3 é imaterial e extremamente abundante, pois reprodutível ao infinito a um custo quase zero. Um arquivo é potencialmente o mesmo que 10 milhões de arquivos. Daí que a grande maioria dos baixadores não vê grandes problemas éticos, pois não enxerga valor naquilo (o arquivo, não a música) que é encontrado de graça em qualquer esquina virtual. Isso já é fenômeno de uma década, não?

    Veja bem, não defendo de forma alguma que não se respeitem os direitos autorais e de propriedade, mas entendo que o avanço da tecnologia e as mudanças que isso provocou no comportamento das pessoas faz com que tenhamos que rever (ao menos discutir) certos conceitos de propriedade e direitos, pois algumas posturas simplesmente não fazem mais sentido algum.

    Há novos modelos começando a despontar aqui e ali. Muitos artistas já não dão murro em ponta de downloads p to p, mas os usam a seu favor. Ora, são uma das melhores formas de divulgação do artista que se pode imaginar. Podem ajudar a vender shows e outros produtos não-baixáveis. E até baixáveis! Há casos de bandas que dão músicas de graça isso potencializa a venda das mesmas no I-Tunes. Na internet, algumas coisas se passam muito diferentes do mundo físico: para se vender um milhão, às vezes é necessário dar 100 mil.

    Outra tendência é o streaming, que tem crescido muito nos últimos meses. Alguns sites de streaming, como o Spotify europeu, já chegaram a acordos de royalties com todas as majors. Além de milhões de músicas disponíveis em alta qualidade, há ainda a possibilidade de criar listas e outras funcionalidades, em casa, no carro, no celular. Ou seja, são rádios bombadas. Se essa tendência emplacar, boa parte da necessidade de baixar o arquivo vai pro ralo.

    Há outros exemplos. Creio que as coisas vão se ajeitar à medida em que esses modelos forem se estabelecendo - modelos esses que podem levar a prática de dowloads indiscriminados à irrelevância.

    Abraço!

    PS: Muito bacana tê-lo por aqui e poder trocar ideias com você.

    ResponderExcluir
  17. Marcelo,
    No fundo, vejo que não temos muitas diferenças.

    Minha área é o cinema e faz tempo que tento decifrar essa Esfinge antes de ser devorado por seus encantos. Em 2006, escrevi um artigo sobre o curta-metragem que foi publicado no Segundo Caderno do Globo, e replicado no Observatório da Imprensa, no portal da Fundação Perseu Abramo e outro sites afins (o link segue abaixo). Uma síntese desse artigo poderia ser: "Se nossos curtas não são exibidos no cinema como determina a lei vigente, e ficarem apenas restritos aos youtubes da vida, nossa capacidade de falar ao público pode morrer e a sociedade será moldada por um discurso único e hegemônico."

    Eu vejo essa questão de agora mais ou menos como a descriminalização da maconha - aliás, bem menos porque falta história para gerar senso crítico. Dessa forma, não considero o usuário "baixador" de músicas ou filmes um criminoso, mesmo que ele saiba que está nos trazendo prejuízos financeiros com seu ato aparentemente ingênuo. Porém, não concordo que o novo sistema esteja "dando oportunidade e riqueza para a música nacional" e, assim como você, não enxergo no horizonte uma alternativa clara à ordem anterior. Daí vem minha relutância em fazer qualquer coisa que possa parecer uma apologia ao "Liberou Geral!"

    Buenas, seguimos hablando.
    Quando tiver tempo, de uma passada no meu blog: http://blogdocorsario.blogspot.com/.

    Grande abraço.

    Link do Observatório da Imprensa
    http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=399JDB012

    ResponderExcluir
  18. Aqui alcançamos um nível de debate realmente impressionante. Estamos numa época de transição e tempo assim são muito opacos e complicados.
    Só com a discussão e a informaçnao vamos poder criar algo novo. E, se possível, bem melhor.
    Parabéns a todos e obrigado pela oportunidade do debate.

    ResponderExcluir
  19. Parabéns Leoni e Pereira o Blog de vocês é muito bom e gostamos muito do trabalho de vocês, gostariamos muito de poder participar do Movimento e já assinamos a petição.....parabéns pela iniciativa........para conhecer nosso trabalho acesse www.radioguerrilha.com ou www.myspace.com/radioguerrilha

    Um grande abraço RxGx

    ResponderExcluir