13 de jul. de 2009
O que é o Partido Pirata - que ganhou diversas cadeiras no parlamento europeu?
O Partido Pirata é muito discriminado por conta do nome e das campanhas difamatórias que os grupos de “proteção” ao direito autoral têm realizado, mas seus princípios são bastante nobres.
O principal ponto é colocar nossa privacidade e nossa direito à cultura como estando acima dos interesses de alguns grupos econômicos.
Christian Engstron, representante do Partido Pirata Sueco, escreveu em um artigo no Financial Times que as atuais leis de direito autoral vão acabar construindo um mundo muito mais amedrontador que o imaginado no Big Brother. Essas leis foram criadas para incentivar a criação e não para restingi-la. Vejam o exemplo citado por ele:
"Se você procurar por Elvis Presley na Wikipédia vai encontrar bastante texto e algumas fotos que foram liberadas para divulgação. Mas você não vai encontrar nenhum vídeo ou música por conta das restrições de direito autoral. O que nós imaginamos como nossa herança cultural, no fim, não é nossa."
Ele lembra que, se por um lado, a tecnologia abre mil novas possibilidades expressivas, por outro, a legislação autoral tolhe essas mesmas possibilidades. E que essa não era a intenção dos direitos autorais. O que nasceu para incentivar a cultura tem servido para restringi-la – e isso é motivo suficiente para uma revisão geral do nosso arcabouço legal.
Para garantir direitos que têm se mostrado danosos os governos têm admitido restringir nosso direito de nos comunicarmos livremente sem sermos monitorados. Ele ainda lembra que essa nova tecnologia pode ser usada para criar uma sociedade que abrace a espontaneidade, a colaboração e a diversidade.
São princípios importantes, que fazem total sentido e que precisam ser discutidos com urgência e sabedoria.
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Eu verdadeiramente sinto que a maioria das pessoas envolvidas nessa questão desconhecem algumas nuances de extrema importância para a compreensão do assunto.
ResponderExcluirÉ preciso lembrar que classe artística sempre será a maior prejudicada pela ausência, ou pela insuficiência de um escopo de leis que tenha como objetivo resguardar os direitos que lhe cabem.
O direito de propriedade intelectual, mais conhecido como "direitos autorais" pela maioria das pessoas foi em todo o mundo, inclusive no Brasil, o fruto de uma longa luta dentro de mecanismos democráticos. Não é possível que hoje as pessoas possam querer o seu fim, ou o seu estrangulamento.
A maioria das pessoas que se manifestam a respeito dessa questão da liberação de conteúdo intelectual pela internet sem nenhum custo se esquecem, ou de fato desconhecem a natureza de uma produção fonográfica, os custos para o autor de um livro para a concepção intelectual de uma estória, os anos de estudo para que um pintor chegue a um resultado satisfatório em um quadro. Falando mais especificamente da música, poucos sabem que muitas vezes um compositor vive apenas com a renda gerada pelos direitos de suas composições, as quias demandaram em muitos casos, semanas de trabalho intelectual. Esse trabalho não tem valor? Ou melhor, qual o valor de um trabalho dessa natureza?
Para mim a maioria das pessoas que defendem a bandeira da "cultura livre" são pessoas que se beneficiam pela aquisição de música de forma gratuita, tornando-a assim mais um produto banalizado como tantos outros em nossa sociedade...Quero dizer!! O feitiço está virando contra o feiticeiro. A juventude hoje, ouve e descarta música como se elas não representasem absolutamente nada, e verdadeiramente isso não é salutar.
Essa retórica do texto acima me incomoda e me mostra que mesmo pessoas do meio jornalístico, como o sujeito que escreveu esse artigo sobre o partido pirata, não querem ir a fundo nessa questão, desconhecem uma série de nuances.
Talvez ele próprio já seja um fruto dessa geração que consome a cultura da superficialidade!!
Caro anônimo, eu não sou jornalista, sou compositor e artista, já gravei inúmeros discos (2 com o Kid Abelha, 3 com os Heróis da Resistência e 5 solo) e sei do valor da música. Acontece que, queiramos ou não, o mundo mudou e hoje a música na rede é gratuita. É claro que podemos reverter essa história, mas não com controle.
ResponderExcluirPodemos oferecer, como faz o Spotify na Europa, música e serviços e cobrar pelo acesso.
Se continuarmos a ver o direito autoral da mesma forma que o víamos no milênio passado vamos inviabilzar as possibilidades de voltar a ganhar dinheiro com o nosso trabalho.
Os royalties cobrados pelas gravadoras e estúdios de cinema estão matando o MySpace e o YouTube ao invés de tornar mais fortes esses importantes parceiros. Já erraram com o Napster e estão repetindo o erro.
A respeito disso, veja o vídeo com o Ronaldo Lemos no post imediatamente anterior.
Acho muito salutar a discussão e gostaria de saber com quem eu falo para que possamos ter uma conversa construtiva.
É do diálogo entre ideias opostas que nascem as grandes soluções.
Eu não quero acabar com o direito autoral, quero flexibilizá-lo para que ele se adeque aos novos tempos.
Pena que Anônimo desapareceu. Achei que essa conversa ia render.
ResponderExcluirpelo que entendi, o partido pirata entende que as leias de direitos autorais apenas não 'cassam' mais com a pluralidade que a tecnologia oferece as pessoas. Não se trata só de internet....
ResponderExcluiro anonimo do primeiro comentário ta viajando. esse pessoal do direitos autorais vão perder muito demorando para disponibilizar o material na internet. Na verdade, vão deixar de ganhar.
Ok Leoni! Me desculpe pelo meu desconhecimento, acontece que passei pelo blog rapidamente naquele dia e acabei expressando a minha opinião em forma de desabafo.
ResponderExcluirSou compositor e artista também (não gravei com ninguém do mainstream), tenho um Cd lançado pela NO MEU CANTO | music, um selo independente, que hoje, pelos acasos da vida, é onde eu trabalho. Minha função principal é cuidar da carreira dos nossos artistas, mas participo de todas as decisões administrativas, inclusive da editora, que é um braço da gravadora.
Não são raras as nossas discussões sobre a questão dos diretos autorais...
Resumidamente, mes bem resumidamente mesmo, o que penso sobre o assunto é que estamos passando hoje por momento de transição (ah, jura ?!), quero dizer, vivemos (artistas) por décadas sob o jugo da opressão das majors, vc sabe o quero dizer não é ?! Não é raro nos depararmos aqui, quando necessitamos de licenças para regravações, os artistas dizendo que foram enganados, ou no mínimo muito mal informados, por editoras como a SONY e UNIVERSAL e cia. com relação a contratos de edição de músicas, enfim... poderíamos ficar horas colhendo fatos pra comprovar essa opressão. Os consumidores também pagaram por isso.
O que começa a acontecer hoje é exatamente o outro extremo, como em outras ocasiões na história, quando há uma opressão grande, aqueles que eram os oprimidos se revoltam e criam movimentos extremistas para combater aquele controle. Essa idéia de propriedade intelectual sendo distribuida sem nenhum "controle" não me agrada mesmo, mesmo porque afeta diretamente o meu trabalho nos dois sentidos, como artista e como agente/empresário. Mas não é porque me afeta que me incomoda não, na verdade, eu acho que isso não é justo.
A classe artistica sempre foi marginalizada ao longo da história. Veja exemplos de artistas que morreram na miséria, são inúmeros.
Deve ser criada uma forma de combate à pirataria sim, sobretudo na internet. É fato que aqueles que quiserem disponibilizar o fruto de sua atividade intelectual na rede está livre para fazê-lo, poré há empresas responsáveis em todos os sentidos que podem sofrer muito com essa lberalidade.
Bom...o assunto vai longe. Por enquanto é isso aí.
Abraço. Me chamo Michel.
Michel, o problema é que o controle na internet se demonstrou ineficaz. Então temos que partir para outros rumos que nos garantam uma remuneração. O mundo acabou e estamos construindo outro.
ResponderExcluirRecomendo que leia as obras do Gerd Leonhard.
Depois nos falamos.
Recebi o link http://www.pleimo.com/ em meu e-mail
ResponderExcluirAchei uma boa saída! Radio, Tv, o artsita continua ganhando... Quantas novelas reeditadas já salvaram familias de autores que ja haviam morrido? Vamos focar em como ganhar com a internet. Fora dela, precisamos também de mais fiscalização e mais porcentagem! O meio, já há.
"O mundo acabou. Vamos construir outro".
V.
www.myspace.com/bandanebulosa